Agência da ONU afirmou que das 93 mil pessoas que atravessaram a fronteira entre Grécia e Macedônia em outubro, 41 mil eram mulheres e crianças.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou esta quarta-feira que o número de mulheres e crianças em busca de abrigo na Europa dobrou no período de um mês.

Segundo a agência da ONU, dos 93 mil migrantes e refugiados que atravessaram a fronteira entre a Grécia e a Macedônia em outubro, 41 mil eram mulheres e crianças, 8% a mais do que em setembro.

Dobro

A representante especial do Unicef, Marie-Pierre Poirier, alertou que o número real dos refugiados e migrantes em movimento deve ser provavelmente o dobro do anunciado.

Depois de visitar os locais que mais concentram refugiados na Macedônia, na Sérvia e na Croácia, Poirier afirmou que a crise na Europa afeta mais do que nunca mulheres e crianças.

Ela disse que “claramente os números não estão diminuindo”.  A representante do Unicef declarou que a ideia de que o inverno, o mau tempo e o mar agitado diminuiriam o fluxo de migrantes e refugiados, não se concretizou.

Os dados da agência da ONU mostram que em junho, uma em cada 10 pessoas fazendo a travessia pela Macedônia para outros países europeus era uma criança.

Em outubro, esse número subiu para um em cada três, quer dizer, uma alta de 10% para mais de 30%.

Contrabandistas

Poirier explicou que esse aumento no fluxo se deve aos baixos preços cobrados pelos contrabandistas. Segundo ela, devido ao mar agitado e possivelmente mais dificuldades à frente, os contrabandistas estão dando descontos nas viagens.

A representante do Unicef afirmou que de janeiro até agora, 190 mil crianças buscaram asilo na Europa, uma média de 700 por dia.

Mas esse é apenas o número oficial, a agência calcula que a quantidade real seja o dobro do que os governos estão tendo condições de registrar.

Marie-Pierre Poirier disse ainda que o número de crianças desacompanhadas também dobrou no último mês.

Ela expressou preocupação com relatos de exploração sexual na Grécia e disse que o Unicef enviou uma equipe especial para avaliar a situação a pedido do governo de Atenas.

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