Acnur saúda declaração franco-britânica para abordar situação em Calais
Alto comissário da ONU para Refugiados elogiou particularmente os elementos “humanitário e de proteção” do plano; Guterres reconhece a “importância de combater contrabandistas e traficantes que exploram indivíduos vulneráveis”.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O alto comissário da ONU para Refugiados saudou a declaração conjunta franco-britânica anunciada nesta quinta-feira sobre a “complexa” situação em Calais.
António Guterres elogiou particularmente os elementos “humanitário e de proteção” do plano, ao mesmo tempo “reconhecendo a importância de combater contrabandistas e traficantes que exploram indivíduos vulneráveis”.
Traficantes
Neste contexto, segundo a agência, é importante notar que para ser eficaz em reprimir contrabandistas e traficantes, é preciso aumentar o número de vias legais para pessoas que precisam de proteção irem à Europa.
De acordo com agências de notícias os dois governos apresentaram o chamado "centro de controle e comando", que será executado pelas polícias britânica e francesa. O objetivo é deter gangues de contrabando de pessoas.
Cálculos são de que 3 mil migrantes estejam acampados na cidade portuária francesa na esperança de cruzar o Canal da Mancha para o território britânico.
Proteção Internacional
Guterres afirmou que é provável que muitos dos que estão em Calais precisem de proteção internacional, tendo vindo do Afeganistão, Eritreia, Síria, Somália e Sudão.
Ele declarou que a agência espera trabalhar com a França e o Reino Unido para apoiar ações para encontrar soluções para eles.
Condições de Vida
O Acnur elogiou medidas propostas para melhorar as condições de vida e acolhimento na região de Nord-Pas-de-Calais e em outros locais, além das ações paralelas para abordar temas como acesso a asilo e alojamento.
O plano de ação também aborda necessidades específicas de pessoas vulneráveis em Calais, como o crescente grupo de mulheres e crianças.
Sintoma
Para Guterres, Calais continua a ser “apenas um sintoma de movimentos migratórios e de refugiados mais amplos”.
O Acnur espera por “ação robusta” na implementação da Agenda Europeia sobre Migração e “na criação de formas efetivas de cooperação internacional, incluindo com países de origem, primeiro asilo e trânsito”.
Síria
Grande parte das chegadas por mar ocorre devido ao conflito na Síria e ao agravamento das condições para os refugiados do país nas nações vizinhas.
Por isso, o Acnur afirma ser “essencial” continuar a apoiar os refugiados e os países que ajudam a suportar o peso do deslocamento forçado global.
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