ONU alerta para “alto risco” das ações do Estado Islâmico
No Conselho de Segurança, enviado do secretário-geral para o Iraque pediu parceria para deter atuação do movimento no país e na região; John Kerry reitera necessidade de ação conjunta, incluindo o Irão.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O representante especial do secretário-geral para o Iraque disse que os riscos impostos pelo movimento Estado Islâmico “são muito altos tanto para os iraquianos como para os povos” da região.
Nickolay Mladenov discursava, esta sexta-feira, numa reunião ministerial do Conselho de Segurança que debateu o Iraque.
Parceria
O enviado disse que tanto o país como todos os seus vizinhos têm uma oportunidade sem precedentes de reiniciar relações bilaterais positivas baseadas em interesses e parcerias mútuos. Como acrescentou, tal cooperação deve ser aberta e incluir todos os vizinhos que possam contribuir para abordar o desafio do EI.
O encontro foi presidido pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que afirmou que a parceria para eliminar o grupo deve ser abrangente e não somente de natureza militar.
Milícia
O chefe da diplomacia norte-americana disse tratar-se de uma questão de eliminar uma rede, “que dizima e desacredita”, a qual chamou de “seita de milícias mascarada de movimento religioso”. Kerry disse haver um papel a ser desempenhado por todos os países do mundo, incluindo o o Irão, que estava representado no encontro.
Na reunião, de iniciativa dos Estados Unidos, país que preside o órgão em setembro, Kerry revelou apoio ao novo governo iraquiano. O recém-nomeado ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim al-Jaafari, também participou na sessão.
Compromissos
Kerry anunciou que mais de 50 países aderiram aos compromissos para apoiar as operações contra o EI nas áreas militar, de treino, de assessoria, de apoio logístico, e outras.
Os Estados Unidos circularam um projeto de declaração presidencial a instar o apoio internacional para combater o EI, observando que algumas das violações do grupo terrorista podem constituir crimes de guerra e contra a humanidade.
Resolução
O Conselho de Segurança aprovou uma resolução a 28 de julho que proibe o comércio ilícito de petróleo como fonte de receita para os terroristas.
O documento pede que sejam evitadas transações comerciais ou financeiras com ou para o benefício direto ou indireto do Estado Islâmico e à milícia islamita Jabhat Al-Nusra ligadas ao petróleo, na Síria e no Iraque.