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Ban quer aplicação de acordo de cessação de hostilidades no Sudão do Sul

Ban Ki-moon. Foto: ONU/Mark Garten

Ban quer aplicação de acordo de cessação de hostilidades no Sudão do Sul

Declarações do Chefe da ONU foram feitas na sequência da assinatura da matriz de aplicação do pacto na cimeira de líderes regionais desta segunda-feira; ONU abriga mais de 100 mil civis em 10 bases espalhadas pelo país.

Edgard Júnior, da Radio ONU em Nova Iorque.*

O secretário-geral das Nações Unidas exortou às partes do conflito sul-sudanês a implementar imediatamente o Acordo de Cessação das Hostilidades. Ban Ki-moon pediu ainda que seja mantido o compromisso da criação de um governo de transição de unidade nacional.

Nesta segunda-feira, o Governo do Sudão do Sul e o Exército de Libertação do Sudão na Oposição, Splm/Aio, assinaram a matriz de aplicação do pacto de 23 de janeiro deste ano.

Líderes

O ato decorreu numa cimeira sobre o país que juntou líderes dos países-membros  da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, na capital etíope Adis Abeba.

Na nota, Ban elogiou os Chefes de Estado e os seus enviados especiais “pelos esforços incansáveis para encontrar uma solução pacífica para a crise”, tendo reiterado o total apoio das Nações Unidas ao processo.

Bases da Unmiss

Entretanto, a organização anunciou que as bases da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, abrigam 102 mil civis espalhados por todo o país.

A declaração foi feita pelo porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric, a jornalistas, em Nova Iorque.

Maior Número

Segundo Dujarric, trata-se do maior número desde o início do conflito a 15 de dezembro do ano passado.

Quase metade do total está em Bentiu, no estado Unidade, outros 17 mil estão abrigados nas bases de Juba, a capital, e mais 17 mil estão em Malakal, no estado de Alto Nilo.

A Unmiss condenou também a prisão de seis integrantes do grupo de cessar-fogo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, ocorrida durante o fim de semana. Outras três pessoas que faziam parte da missão também foram detidas.

Dujarric explicou que os integrantes foram presos por forças aliadas ao Exército de Libertação do Povo do Sudão, Splm. Um representante do movimento, que fazia parte da equipa da Igad, morreu durante a ação, mas de causa natural.

Apoio

O representante da ONU disse que os monitores fazem parte de um grupo de verificação e estavam numa missão de rotina na região.

As Nações Unidas ajudaram a localizar o grupo e todos foram retirados da região no domingo.

A Missão da ONU pediu ainda cooperação de todas as partes envolvidas no processo para encontrar uma solução pacífica e duradoura para a crise atual no país.

*Apresentação: Eleutério Guevane