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ONU Mulheres deplora violência e pede garantia de direitos das egípcias

ONU Mulheres deplora violência e pede garantia de direitos das egípcias

Mais de 90 mulheres teriam sido estupradas nos confrontos, referem agências de notícias; relatos  de “alta prevalência de agressão sexual preocupam entidade.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A ONU Mulheres salientou a necessidade de garantir que as vozes femininas sejam ouvidas no Egito, sem medo da violência. Nesta quarta-feira, a diretora executiva interina da entidade realçou que o direito das egípcias de participar na vida pública deve ser protegido.

Segundo agências de notícias, mais de 90 mulheres foram estupradas nos confrontos que decorrem no país africano, que já provocaram a morte de  pelo menos 80 pessoas e feriram milhares de outras desde 3 de julho.

Constituição

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, foi deposto pelo exército, que suspendeu a Constituição antes de ter sido instaurado um governo interino.

Desde então, apoiantes e adversários do líder deposto continuam envolvidos em protestos, que são frequentemente acompanhados da intervenção das forças de segurança e da polícia.

Tolerância Zero

Em nota, Lakshmi Puri sublinha o papel feminino na vida política do país, tendo apelado à tolerância zero contra todas as formas de violência contra mulheres e meninas na sequência dos relatos de estupros nos protestos.

Segundo refere, as mulheres do Egito estiveram no “centro do movimento da sociedade civil vibrante, que continuou a pressionar pelos direitos de todos os cidadãos do país.”

Solução Política

Para a representante, a participação feminina na vida pública e a inclusão das suas necessidades e prioridades em qualquer solução política é um pré-requisito para a democracia, incluindo no Egito.

A ONU Mulheres também manifestou preocupação com relatos “da alta prevalência de casos de agressão sexual” contra mulheres em espaços públicos.

Ameaça

Ao sublinhar o direito das mulheres do Egito de participarem plenamente no diálogo político, sem medo ou ameaça de violência, a representante frisou que as suas vozes são essenciais para que o país seja pacífico e próspero.

O apelo segue-se ao do Secretário-Geral e da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, que além do respeito pelos direitos humanos, incentivaram as partes ao diálogo para solução pacífica das diferenças.