Condição de presos palestinos em greve de fome preocupa Nações Unidas
Alta comissária para os Direitos Humanos ressalta que os três detidos devem passar por julgamento com garantias judiciais; eles estão sob custódia de Israel.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, expressou nesta quarta-feira preocupação com relatos sobre a piora da condição de saúde de três presos palestinos que estão em greve de fome. Os detidos estão sob custódia de Israel.
Tarek Qa’adan e Jafaz Azzidine estão sem comer há 78 dias, em protesto contra a detenção administrativa deles, sem acusação, e Samer Al-Issawi está em greve de fome parcial há 200 dias.
Julgamento
Sobre o uso da detenção administrativa por Israel, Navi Pillay lembrou que os presos devem ser julgados de acordo com os padrões internacionais ou serem soltos.
Já o relator especial da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados Palestinos pediu que os três sejam soltos imediatamente.
Para Richard Falk, manter os palestinos presos nestas condições, é “desumano”. O relator disse que “Israel é responsável por qualquer dano permanente” que eles possam vir a sofrer.
Hospital
Na opinião de Falk, caso as autoridades israelenses não possam apresentar evidências que sustentem acusações contra os detidos, então os palestinos devem ser liberados.
O relator das Nações Unidas ressaltou que Qa’adan e Azzidini estão à beira da morte, com risco de sofrer um ataque cardíaco mortal. Eles foram presos em novembro e dias depois, começaram a greve de fome. No fim de janeiro, eles foram transferidos para um hospital em Tel Aviv após a saúde piorar.
Falk apelou à Israel para colocar um fim no “tratamento ilegal de presos palestinos” e pediu reação “com senso de urgência” da comunidade internacional. O relator notou que atualmente, Israel mantém 178 palestinos presos.