Perita destaca pobreza e desigualdade, apesar de crescimento em Timor-Leste
No Conselho de Direitos Humanos, relatora da ONU sobre a Pobreza Extrema e Direitos Humanos indica que taxa de desemprego e de vulnerabilidade do emprego ronda 70%.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A relatora da ONU sobre a Pobreza Extrema e Direitos Humanos disse que uma realidade difícil da pobreza e desigualdade esconde-se por detrás dos progressos nos indicadores de crescimento macroeconómico de Timor-Leste.
Falando esta quinta-feira no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra Magdalena Sepúlveda disse que a pobreza continua a alastrar-se, com 41% da população a viver com menos de um dólar por dia.
Desnutrição Crónica
No seu relatório, a perita indica que cerca de seis em cada dez crianças timorenses sofrem de desnutrição crónica, e que a taxa de desemprego e de vulnerabilidade no trabalho ronda os 70%.
Sepúlveda fez notar, entretanto, a ocorrência de progressos significativos para a consolidação da paz e segurança, além do rápido crescimento económico timorense.
Petróleo e Gás
O informe destaca que os progressos foram catalisados por reservas consideráveis de petróleo e gás, que levaram o país a fazer parte das nações com desenvolvimento médio.
No entanto, aponta que o crescimento económico verificado recentemente não se traduziu em melhorias significativas nas condições de vida ou na criação de emprego para a maioria do povo timorense.
Para desenvolver de forma equilibrada, foi recomendado ao país que diversifique a economia para que seja menos dependente do petróleo. Foi igualmente sugerido às autoridades de Dili, que tornem a indústria sustentável e que assegurem que os recursos sejam "preservados para as gerações futuras."