ONU pede libertação de seis funcionários presos no Sudão
De acordo com um comunicado da Missão da ONU em Cartum, Unmis, as detenções foram feitas esta quarta-feira alegadamente por membros da Inteligência Militar sudanesa.
[caption id="attachment_199054" align="alignleft" width="350" caption="Unmis durante retirada em Abyei, no Sudão."]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Missão da ONU no Sudão, Unmis, condenou, esta quinta-feira, a prisão de seis funcionários locais da ONU, alegadamente levada a cabo pela Inteligência Militar sudanesa.
Em comunicado, a Unmis aponta que o grupo seguia do aeroporto de Kadugli, a capital do estado de Kordofan-Sul, para a cidade de Wau, no sul do Sudão, como parte do plano de transferência dos funcionários da missão.
Conflito
A 9 de Julho, o sul do Sudão declara a sua independência, conforme o referendo de Janeiro que fez parte do Acordo Abrangente de Paz que pos fim ao conflito de mais de 20 anos com o norte.
O Acordo do Estatuto da Força, Sofa, que rege a presença das tropas da ONU no país, assinado pelo governo sudanês e a missão, prevê que antes que seja tomada qualquer medida legal contra membros da Unmis, o governo “apresente provas ao representante do Secretário-Geral no país.” De acordo com a nota, as medidas incluem a prisão de funcionários nacionais e estrangeiros.
Provas
A missão manifesta preocupação com a protecção e segurança dos detidos e pede a sua libertação “até que as autoridades apresentem evidências de alguma actividade ilegal.”
O comunicado deplora ainda a prisão temporária e o abuso, na semana passada, de quatro membros da força de manutenção da paz e aponta que, a par das detenções de quarta-feira a acção “constitui uma violação clara e inquietante do Sofa.”
A Unmis apela às partes a respeitar o acordo e que mantenham o seu empenho em proteger civis, garantindo a liberdade de movimentação a todos os trabalhadores da ONU sem distinção de origem, etnia ou filiação política.