Migrantes são mais vulneráveis ao trabalho escravo
A relatora especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Escravatura, Gulnara Shahinian, disse que o perigo é maior para mulheres e meninas trabalhadoras domésticas vindas de outros países; o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura é celebrado em 2 de dezembro.
Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.
Trabalhadores domésticos que são sobrecarregados, mal pagos e sujeitos a abusos físicos, emocionais ou sexuais estão efetivamente sendo tratados como escravos, segundo a relatora especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Escravatura, Gulnara Shahinian.
O recado foi dado em mensagem pelo Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, celebrado nesta quarta-feira, 2 de dezembro.
Servidão
Shahinian afirmou que a servidão doméstica acontece quando um indivíduo é forçado a trabalhar sem compensação financeira real, privado de sua liberdade e colocado em situação contrária aos direitos humanos.
Ela disse que essas formas de escravidão acontecem em residências em todo o mundo.
A relatora ressaltou que os funcionários domésticos são especialmente vulneráveis devido à natureza sem proteção do trabalho que exercem e ao relacionamento altamente pessoal com seus patrões.
De acordo com Shahinian existem vários estudos da ONU e de organizações não-governamentais que comprovam os abusos, com relatos de espancamentos, estupros, confinamentos, proibição de contato com outras pessoas e até de comida.
Vulneráveis
Gulnara Shahinian lembrou que os migrantes sofrem mais, principalmente mulheres e meninas vindas de outros países.
Ela pediu aos Estados para assinarem e ratificarem instrumentos internacionais pelos direitos dos migrantes e pelo combate ao trabalho infantil.
Shahinian já havia dito em setembro que o problema é maior na América Latina, África e Ásia.