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Acnur diz que desde o início do ano, 52 mil venezuelanos já solicitaram asilo

Acnur diz que desde o início do ano, 52 mil venezuelanos já solicitaram asilo

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Informação foi dada a jornalistas pelo porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, William Spindler; Brasil foi o segundo país que mais recebeu solicitações de refúgio de venezuelanos até o momento em 2017, mais de 12,9 mil.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O número de solicitações de refúgio feitas por venezuelanos tem aumentado, segundo o porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, William Spindler.

Falando a jornalistas em Genebra, Spindler afirmou que Acnur está intensificando sua resposta diante da situação. Segundo ele, no último ano, 27 mil cidadãos do país solicitaram asilo em comparação a 52 mil até este momento em 2017.

Brasil

O país que mais recebeu solicitação de refúgio de venezuelanos este ano foi os Estados Unidos, com 18.300, seguido do Brasil, com 12.960, e a Argentina com 11.735.

A Espanha vem em quarto lugar com 4.300 pedidos seguida do Uruguai e do México. Outros países da América Latina e Caribe também receberam solicitações de refúgio de venezuelanos em 2017, incluindo Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica e Equador.

Segundo o Acnur, os “números acima representam apenas uma fração do número total de venezuelanos que podem estar em necessidade de proteção internacional, já que muitos não requisitaram o pedido de refúgio, embora tenham indicado que foram forçados a deixar seu país devido à violência e insegurança, e também à incapacidade local de atender necessidades diárias de subsistência”.

Solidariedade latina

De acordo com a agência da ONU, graças a uma longa tradição de solidariedade na América Latina, cidadãos venezuelanos em países vizinhos têm o benefício de diversas formas de permanência temporária.

No entanto, devido a obstáculos burocráticos, longos períodos de espera e taxas elevadas de solicitação, muitos venezuelanos optam por permanecer em situação irregular.

Estimativas são de que muitos dos 300 mil venezuelanos na Colômbia, 40 mil em Trinidad e Tobago e 30 mil no Brasil podem estar nessa situação.

Coordenação

O Acnur está trabalhando com as autoridades desses países para acelerar as identificações e registros, reforçar capacidades de recepção e oferecer assistência humanitária básica para solicitantes de refúgio com necessidades específicas.

Segundo a agência, autoridades brasileiras e colombianas estão coordenando suas respostas e discutindo abordagens de forma integrada.

Indígenas

O Acnur também está preocupado com o fato de que grupos indígenas que vivem ao longo das fronteiras da Venezuela com o Brasil e Colômbia estão sendo cada vez mais afetados pela situação e tiveram de deixar suas casas.

Segundo o porta-voz, considerando a evolução da situação na Venezuela, prevê-se que pessoas continuem deixando o país e, então, a agência da ONU está intensificando suas ações.

Considerando a evolução da situação na Venezuela, estima-se que as pessoas continuem deixando o país. O ACNUR está intensificando sua resposta de acordo com essa realidade.

Roraima

No Brasil, por meio de um parceiro nacional, o Acnur está oferecendo recursos para cobrir algumas atividades desenvolvidas por organizações da sociedade civil em Boa Vista, Pacaraima e Manaus. A Polícia Federal, com o apoio da agência da ONU, tem disponibilizado mais agentes para o Estado de Roraima para ajudar com o registro das solicitações de refúgio.

O Acnur reitera seu pedido aos países para proteger o direito dos venezuelanos, especialmente o direito de solicitar refúgio e de ter acesso a procedimentos justos e eficazes. O porta-voz da agência defendeu ainda que não deve haver “retornos involuntários à Venezuela”.

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