Foi em 11 de março de 2011 que parte da população começou a demonstrar seu descontentamento com o governo de Bashar al-Assad, como parte dos protestos da Primavera Árabe. A situação rapidamente escalou para um conflito armado que ainda assola o país, mais de uma década depois.
Com inflação a 140% e 90% da população vivendo na pobreza, muitas crianças da Síria nunca conheceram uma nação que não estivesse em guerra. Nesta semana, a Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria divulgou o mais recente relatório e a ONU News entrevistou o presidente do grupo, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
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O conflito da Síria começou em março de 2011 e obrigou mais de metade dos habitantes do país a fugir das suas casas. Cerca de 5 milhões de pessoas já deixaram o país e outros 6 milhões vivem como deslocados internos. A crise síria é considerada o pior desastre humanitário atual. Mais de 13 milhões de pessoas precisam de assistência devido aos confrontos que causam sofrimento a homens, mulheres e crianças.
Mais de 250 mil pessoas foram mortas e outros cerca de 1 milhão ficaram feridos desde o início da crise em 2011. Mais de metade dos sírios foram obrigados a abandonar suas casas, até por várias vezes, o que tornou o país a maior crise de deslocamento global. As violações e abusos dos direitos humanos continuam a ocorrer no contexto da insegurança generalizada e violando leis internacionais. A ONU trabalha com parceiros para prestar ajuda humanitária aos necessitados.
Em 21 de dezembro de 2016, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu o Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente "para coletar, consolidar, preservar e analisar evidências de violações do direito internacional humanitário e violações e abusos de direitos humanos e preparar arquivos para facilitar e agilizar processos criminais justos e independentes. Essas tarefas devem ser realizadas em cortes internacionais ou tribunais nacionais, regionais ou internacionais que tenham ou possam, no futuro, ter jurisdição sobre esses crimes ".
Depois de 10 anos de conflito, 30% da população total está deslocada, incluindo 2,7 milhões de pessoas no noroeste do país. Na última década, muitos estiveram em constante estado de fuga. Perto de 25% dos deslocados internos da Síria foram forçados a fugir pelo menos quatro vezes.
Ao mesmo tempo, cerca de 5,6 milhões de pessoas residem em campos de refugiados ou centros urbanos nos países vizinhos como Turquia, Iraque, Jordânia, Líbano e Egito. No total, existem refugiados sírios em mais de 100 nações.