Leis para proibir casamentos infantis fazem pequenos avanços, diz estudo
Relatório do Banco Mundial e ONG Save the Children analisa a proteção legal e suas limitações em casamentos de crianças; apenas nove países apresentam resultados positivos; América Latina tem melhor progresso como região.
Denise Costa da ONU News, em Nova Iorque.
Países de baixa e média rendas são os que mais concentram casos de casamento infantil, mas a prática ainda existe em outras nações.
Num relatório do Banco Mundial com outras agências como a britânica, Save the Children, a entidade faz um alerta sobre a falta de avanço no combate ao casamento de crianças.
Consentimento
O estudo, assinado também pelo Children’s Investment Foundation e pelo Global Partnership for Education, revela que existem muitos países que não protegem legalmente as meninas contra o casamento, e que as leis em prática não são suficientes para abolir a prática.
A maioria dos países adotou 18 anos como a idade legal para o casamento, mas muitos permitem que as meninas mais jovens se casem com o consentimento dos pais ou de um juiz.
Progresso
Entre 2015 e 2017, nove países fizeram mudanças positivas em relação à aprovação dos pais ou juízes neste tipo de casamentos. Eles são: Chade, Costa Rica, Equador, Guatemala, Malauí, México, Nepal, Panamá e Zimbábue.
A região com o maior progresso no aumento da proteção legal contra o casamento infantil no mesmo período é a América Latina e o Caribe. Nessa região, a proporção de meninas não protegidas pela lei diminuiu de 36,6% em 2015 para 22,7% em 2017.
Legislação
O relatório conclui que a implementação de reformas legais para proteger as meninas do casamento infantil é importante, mas que não é suficiente para acabar com a prática.
Atualmente, pelo menos 7,5 milhões de meninas casam-se ilegalmente a cada ano, ou seja, 20 mil por dia. Isso significa que mais de dois terços dos casamentos infantis são ilegais de acordo com a legislação nacional, mesmo depois de contabilizar o consentimento parental ou judicial.
ODS
O casamento infantil é considerado uma violação dos direitos humanos e coloca em risco as trajetórias das meninas. Elas estão mais propensas a deixar a escola, a sofrer violência doméstica, a contrair doenças e a morrer devido a complicações durante a gravidez e o parto.
A eliminação do casamento infantil até 2030 é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.