Agências querem comida e apoio agrícola para salvar vidas no Iémen
FAO considera que auxílio também deve ser para subsistência; PMA revela que país enfrenta os mais altos níveis de desnutrição aguda da história recente; 2,2 milhões de crianças enfrentam morte se não forem tratadas.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, no Iémen disse que o impacto do conflito sobre os meios de subsistência agrícolas é arrasador.
Para Salah Hajj Hassan é essencial que a resposta humanitária envolva ajuda alimentar e agrícola “para salvar não apenas as vidas, mas também os meios de subsistência”. A produção agrícola e pecuária caiu de forma significativa em relação aos níveis anteriores à crise iniciada em 2015.
Insegurança
As Nações Unidas e agências humanitárias alertaram que mais de 17 milhões de pessoas enfrentam atualmente insegurança alimentar no Iémen.
Uma nota lançada esta quarta-feira indica que o número de pessoas em estado de emergência ou crise aumentou em pouco mais de um quinto desde junho passado, na que é hoje “uma das piores crises de fome no mundo”.
Conflito
Das 22 províncias iemenitas, as mais afetadas são Taiz, com uma taxa de desnutrição global 17%, e Al Hudaydah, com 25%. O limiar de emergência estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, OMS, é de 15%.
O representante do Programa Mundial de Alimentação, PMA, Stephen Anderson, disse que a situação piorou rapidamente desde que o conflito agravou.
Ele considera que a atual situação de segurança alimentar e nutrição requer fundos significativos para permitir uma alimentação, nutrição e outros cuidados imediatos, adequados e sustentados para os mais carenciados e evitar a fome”.
Insegurança
O responsável considera fundamental o acesso aberto a todas as áreas que incluem o comércio garantir que a insegurança alimentar não piore mais. Ele destacou que o Iémen passa pelos mais altos níveis de desnutrição aguda da história recente.
A representante do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, no país disse que dos 2,2 milhões de crianças que sofrem de desnutrição aguda, 462 mil são em situação severa e aguda.
Meritxell Relaño explicou que o risco de morte de uma criança nessa condição é 10 vezes maior se não for tratada.