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Passam de 9 milhões o número de pessoas carentes no Afeganistão, alerta Ocha

Passam de 9 milhões o número de pessoas carentes no Afeganistão, alerta Ocha

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Agência destaca que o país continua sendo um dos mais perigosos e violentos do mundo; total dos que precisam de assistência humanitária em 2017 é 13% maior; 1,3 milhão de crianças sofrem de desnutrição aguda.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

O Afeganistão continua sendo um dos países mais perigosos e violentos do mundo, segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha.

A violência no país fez com que o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária neste ano subisse 13%, chegando a 9,3 milhões. O Ocha destaca que são frequentes as violações de direitos humanos e das leis humanitárias, com casos de assassinatos, recrutamento forçado e ataques a centros de saúde e escolas.

Desalojados

Somente nos primeiros nove meses de 2016, o país registrou mais de 8,3 mil vítimas civis. Pelo balanço dos hospitais, no mesmo período, mais de 57 mil pessoas ficaram feridas por diversas armas usadas nos conftontos.

O número de deslocados também aumenta no Afeganistão, chegando a meio milhão em novembro, o maior já registrado, segundo o Ocha. Mais da metade dos desalojados são crianças, que correm risco de abusos e exploração, incluindo casamentos forçados e abusos sexuais ou domésticos.

Desnutrição

Estimativas recentes mostram que 9 milhões de afegãos não têm acesso a serviços de saúde ou o acesso é limitado. As taxas de mortalidade infantil e materna estão entre as mais altas do mundo. Nas áreas rurais, o índice de mortalidade materna chega a 417 a cada 100 mil nascimentos.

Outro problema do Afeganistão é a severa insegurança alimentar: a desnutrição severa atinge 20 das 34 províncias do país. Entre as crianças menores de cinco anos de idade, 1,3 milhão precisam de tratamento para desnutrição aguda.

No ano passado, 600 mil afegãos que estavam refugiados no Paquistão retornaram para o país. Mas ao voltar para casa, esses civis têm dificuldades de encontrar abrigo e serviços sociais.

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Família na província de Faryab, no Afeganistão. Foto: Acnur/S. Sisomsack