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ONU condena assassinatos de cidadãos negros e policiais nos EUA

ONU condena assassinatos de cidadãos negros e policiais nos EUA

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Especialista de direitos humanos afirmou que mortes gravadas em imagens de vídeo não podem ser ignoradas; secretário-geral também condenou as mortes dizendo que “não há justificativa para tal violência”.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O especialista em direitos humanos da ONU, Ricardo Sunga, condenou esta sexta-feira as mortes de dois negros americanos por ações da polícia nos Estados Unidos.

Sunga, que é copresidente do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Pessoas de Descendência Africana, condenou também o assassinato de cinco policiais em Dallas, no Texas.

Ban Ki-moon

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o ataque e as mortes e disse que “não há justificativa para tal violência”.

Segundo Ban, as mortes de dois cidadãos negros americanos devem ser investigadas de forma imparcial. Para ele, o caso coloca o foco novamente na necessidade de lidar com a discriminação, incluindo a disparidade racial dentro das forças policiais.

Investigação Imediata

O especialista em direitos humanos das Nações Unidas afirmou que as mortes de Philando Castile, em Minessota e de Alton Sterling, na Louisiana, foram gravadas em imagens de vídeo e não podem ser ignoradas.

Ricardo Sunga pediu a abertura imediata de uma investigação independente para garantir que os responsáveis sejam julgados e punidos.

Ele afirmou que os especialistas que integram o Grupo de Trabalho condenaram também os ataques contra policiais nesta quinta-feira, em Dallas, no Texas. Cinco agentes foram mortos e sete ficaram feridos por um atirador.

O especialista da ONU declarou que o uso excessivo de força pela polícia contra afro-americanos nos Estados Unidos é comum. Ele disse que o número de negros americanos baleados é mais do dobro dos brancos.

Justiça

O grupo está acompanhando a situação e já expressou várias vezes sua preocupação ao governo dos Estados Unidos sobre as mortes de negros causadas por policiais. Os especialistas pediram também justiça para essas ações.

O Grupo de Trabalho está convencido de que “a raiz do problema está na falta de prestação de contas dos responsáveis pelas mortes apesar das evidências”.

Sunga explicou que as mortes demonstram também o alto nível de racismo estrutural e institucional. Segundo ele, “os Estados Unidos estão longe de reconhecer os mesmos direitos para todos os cidadãos”.

O especialista da ONU afirmou que “as medidas existentes para lidar com crimes de racismo motivados por preconceito são insuficientes e fracassaram em pôr um fim aos assassinatos”.

Sunga disse que esse “é o momento do governo americano afirmar, de forma clara, que as vidas dos negros são importantes e evitar novos assassinatos como uma questão de prioridade nacional”.

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Manifestantes protestam em Nova York após a morte do adolescente negro Michael Brown, em 2014. Foto: Jacques Baudrier (arquivo)