Camarões: lançado plano humanitário para o país e refugiados na região
Iniciativa busca levantar US$ 282 milhões para fornecer proteção e assistência a 1,1 milhão de pessoas afetadas pela crise nos Camarões; plano aborda deslocamento em massa de refugiados nigerianos e camaroneses, insegurança alimentar e proteção de civis entre outras questões.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas, parceiros humanitários e o governo dos Camarões lançaram esta segunda-feira o Plano de Resposta Humanitária 2016 para o país.
Na mesma ocasião, também foram apresentados os projetos para refugiados nigerianos e centro-africanos.
Crise Tripla
O Plano para os Camarões busca levantar US$ 282 milhões para fornecer proteção e assistência a 1,1 milhão de pessoas afetadas pela tripla crise no país.
A intensificação da violência no nordeste da Nigéria, as incursões através das fronteiras e os bombardeamentos suicidas nos Camarões causaram a chegada de mais de 70 mil refugiados nigerianos e forçaram 124 mil camaroneses do extremo norte a saírem de suas casas.
Além disso, o significativo aumento em 2015 da vulnerabilidade à insegurança alimentar, desnutrição, proteção e epidemias foi agravado pelas cheias e pela seca.
O conflito contínuo na República Centro-Africana também forçou milhares de pessoas a fugir nas regiões leste, norte e de Adamoua nos Camarões.
Objetivos
A coordenadora humanitária para os Camarões, Najat Rochdi, afirmou que o plano “pretende responder às questões de deslocamento em massa de refugiados nigerianos e camaroneses”.
A iniciativa procura abordar também as questões de “insegurança alimentar e desnutrição, os desafios de proteger civis e ajudar as pessoas a ter melhor acesso à serviços básicos como saúde, educação, água, higiene e saneamento”.
Em 2016, cerca de 2,4 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar nos Camarões. A região do Extremo Norte concentra 55% de todas as necessidades humanitárias do país.
Efeitos Combinados
O secretário-geral assistente e coordenador humanitário para o Sahel afirmou que a escalada da necessidade humanitária nos Camarões é a “consequência mais visível dos efeitos combinados de insegurança crescente, mudança climática e pobreza extrema que vem desafiando a região”.
Segundo Toby Lanzer, as famílias mais pobres são as mais afetadas e, apesar disso, mostram “excecional solidariedade” ao abrigar milhares de deslocados. Para o representante, a comunidade internacional deve aumentar o seu apoio, corresponder à “generosidade” do governo e da população camaroneses além de garantir a estabilidade da região.
Refugiados
Os planos regionais de resposta para refugiados em 2016 buscam mobilizar US$ 346 milhões para mais de 476 mil desalojados centro-africanos e mais de 289 mil entre comunidades anfitriãs nos Camarões, Chade, Congo e República Democrática do Congo.
Outro projeto pretende levantar US$ 200 milhões para refugiados nigerianos e quase 285 mil pessoas vulneráveis abrigadas nos Camarões, Chade e Níger.
Os dois planos permitem que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, atenda às necessidades prioritárias de proteção e serviços básicos e melhore as condições de vida de refugiados e comunidades anfitriãs.
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