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Unesco divulga análise sobre negação e distorção do Holocausto em redes sociais  BR

Campo de concentração d Auschwitz, no sul da Polônia.
Foto: Unsplash/Jean Carlo Emer
Campo de concentração d Auschwitz, no sul da Polônia.

Unesco divulga análise sobre negação e distorção do Holocausto em redes sociais 

Cultura e educação

Novo estudo avaliou 4 mil postagens em plataformas como Facebook, Twitter, TikTok, Instagram e Telegram; pesquisa foi realizada por acadêmicos da Universidade de Oxford com publicações em inglês, francês, alemão e espanhol.  

Um novo relatório aponta que a negação do Holocausto e a distorção de fatos sobre o genocídio continuam sendo uma “causa de preocupação significativa”, em plataformas digitais. 

Quase 4 mil publicações relacionadas ao tema foram recolhidas entre junho e julho do ano passado nas plataformas Facebook, Twitter, TikTok, Instagram e Telegram. 

Acontecimento  

A investigação História sob ataque: negação e distorção do Holocausto nas redes sociais constatou que quase metade do conteúdo sobre a questão no Telegram rejeita ou distorce a história do genocídio. 

O mesmo ocorreu com cerca de 10% das postagens que abordam o tema no Facebook e 15% no Twitter. 

Análise com conteúdo em inglês, francês, alemão e espanhol envolveu especialistas da Universidade de Oxford
Unsplash/Lilly Rum
Análise com conteúdo em inglês, francês, alemão e espanhol envolveu especialistas da Universidade de Oxford

 

O secretário-geral António Guterres diz que muito tem de ser feito para fortalecer a resiliência global à desinformação. Para ele, compreender a história do Holocausto é crucial para salvaguardar o futuro da humanidade.  

Guterres alerta que se não for possível enfrentar as informações falsas e a desumanidade, a humanidade estará mal preparada para evitá-las no futuro. 

Contextos  

O documento ressalta que a negação e distorção do Holocausto como parte do discurso antissemita muda de forma em novos contextos e está enredada com outros tipos de danos online, alimentando o racismo, a misoginia, a xenofobia e a homofobia.  

O relatório conclui ainda que a redução desse tipo de conteúdo depende, em grande parte, da disposição das plataformas de mídia social em tomar medidas efetivas para resolver a questão. 

Línguas e parceria com Departamento de Comunicação Global da ONU 

A parceria envolvendo o Departamento de Comunicação Global da ONU e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, teve a participação do Congresso Judaico Mundial. 

Chefe da ONU ressalta ainda que é preciso buscar a verdade
Foto: Unesco
Chefe da ONU ressalta ainda que é preciso buscar a verdade

 

A base foi a coleta de dados sobre a extensão e a natureza da negação e distorção do Holocausto em publicações feitas em plataformas contemporâneas. 

Participaram da análise com conteúdo em inglês, francês, alemão e espanhol especialistas da Universidade de Oxford para “fornecer uma revisão abrangente que aborde vários países e contextos.” 

Guterres ressalta que o relatório é um alerta urgente que deve levar à ação.  

O chefe da ONU ressalta ainda que é preciso buscar a verdade, a memória e a educação, e “juntos construir um mundo de paz, dignidade e justiça para todos”.