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TikTok faz parceria com Unesco para combater negacionismo do Holocausto BR

Campo de concentração d Auschwitz, no sul da Polônia.
Foto: Unsplash/Jean Carlo Emer
Campo de concentração d Auschwitz, no sul da Polônia.

TikTok faz parceria com Unesco para combater negacionismo do Holocausto

Cultura e educação

Congresso Judaico Mundial também faz parte da iniciativa; usuários que buscam termos relacionados ao período serão redirecionados a informações verificadas; pesquisa revela que 84% de conteúdos antissemitas em redes sociais puderam continuar nas plataformas. 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, firmou uma parceria com a rede social TikTok para combater o negacionismo e a distorção sobre o Holocausto. No genocídio foram assassinados 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. 

A iniciativa conta ainda com o apoio do Congresso Judaico Mundial e marca o Dia Mundial em Memória às Vítimas do Holocausto, neste 27 de janeiro. A Unesco explica que os usuários que buscam na internet termos relacionados ao período serão redirecionados a informações verificadas, com a meta de evitar ainda mais a circulação de dados falsos sobre o Holocausto.  

Distorção da verdade  

Sapatos de prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, Polônia.
Foto: Unsplash/William Warby
Sapatos de prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, Polônia.

A agência da ONU menciona uma pesquisa feita em agosto do ano passado pelo Centro para o Combate ao Ódio Digital. O estudo mostrou que 84% do conteúdo antissemita reportado às empresas de redes sociais foram autorizados a continuar nas plataformas.  

De acordo com dados da Unesco, 17% do conteúdo relacionado ao Holocausto no TikTok foi criado para negar ou distorcer verdades. Diante do problema, a plataforma decidiu agir e se unir à agência da ONU e ao Congresso Judaico Mundial, CJM.  

Site especial  

Pela iniciativa, os usuários do TikTok que busquem termos como “vítimas do Holocausto” ou “sobrevivente do Holocausto” irão ver um banner no topo dos resultados de busca com um convite para entrar no site www.aboutholocaust.org, criado pela Unesco e pelo CJM. 

Se a pessoa buscar termos relacionados ao Holocausto que violem as regras do TikTok, ela será informada que os resultados foram banidos e também será convidada a entrar no site educacional, que está disponível em 19 idiomas e traz dados sobre as raízes do genocídio.  

Desinformação entre jovens  

Usuários do TikTok ensaiam coreografia nos Camarões.
Foto: ©IFAD/DavidPacqui
Usuários do TikTok ensaiam coreografia nos Camarões.

Segundo a Unesco, as teorias da conspiração e a desinformação aumentaram de forma dramática desde o começo da pandemia de Covid-19. Um estudo feito em 2020 constatou que 41% dos jovens americanos acreditavam que 2 milhões de judeus foram mortos,  não 6 milhões.  

Na França, 69% dos que responderam à pesquisa e fazem parte das gerações Millennial e Z não conheciam os números oficiais sobre o Holocausto. Na Áustria, o índice foi de 58%. 

Há um ano, a Unesco e o CJM lançaram uma parceria similar com o Facebook e desde então, o site especial sobre o Holocausto já foi acessado 400 mil vezes em mais de 100 países.