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ONU celebra Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia

MINERVA BERNARDINO, da República Dominicana (à esquerda), com Way Sung New, da China, membros da Subcomissão sobre o Status da Mulher da Comissão de Direitos Humanos. Nova Iorque, abril de 1946.
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MINERVA BERNARDINO, da República Dominicana (à esquerda), com Way Sung New, da China, membros da Subcomissão sobre o Status da Mulher da Comissão de Direitos Humanos. Nova Iorque, abril de 1946.

ONU celebra Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia

Assuntos da ONU

Durante evento em Nova Iorque, ONU Mulheres e presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, destacaram a importância da participação feminina na diplomacia; Ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, reforçou necessidade de ações concretas para alcançar a igualdade de gênero.

Neste 24 de junho, as Nações Unidas marcaram o Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia. Em evento com a ONU Mulheres, o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, lembrou que na sede da organização em Nova Iorque, apenas um em cada quatro embaixadores é mulher.

Ele lembrou das diversas contribuições de diplomatas na construção da ONU, como o trabalho de Minerva Bernadino, Bertha Lutz e Isabel de Vidal para inclusão da não discriminação com base no sexo na Carta da ONU.

Angola

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, esteve na celebração da data. Ele reforçou a mensagem do presidente da Assembleia Geral sobre a importância da presença feminina na diplomacia e apontou que o envolvimento das mulheres ainda é insuficiente.

“O dia de hoje tem que ser comemorado. Não só para a implementação da própria resolução da Assembleia Geral da ONU de 2022, mas sobretudo pela contribuição que as mulheres deram àqueles documentos essenciais que hoje norteiam a ação política internacional, na Carta das Nações, Falando da igualdade de direitos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos... Todos esses documentos essenciais à construção das mulheres. Mas quando vemos na prática, ainda temos muitas insuficiências e precisamos de coragem, da necessidade de continuarmos, portanto, não só a chamar a atenção e termos a consciência de todos sobre a importância de envolvermos as mulheres, não só através da implementação de resoluções importantes, mas sobretudo em questões de desenvolvimento”.

Para o representante angolano, todas as questões que dizem respeito à vida humana precisam de participação feminina. Em sua avaliação, sem as mulheres à mesa, o “quadro fica incompleto e não traz resultados concretos”.

Igualdade de gênero e liderança das mulheres

Para o presidente da Assembleia Geral, é necessário “ir além da mera citação de estatísticas e partir para ações concretas” para se alcançar um mundo em que a igualdade de gênero e a liderança das mulheres na diplomacia “sejam tão comprovadas e verdadeiras quanto o nascer do sol no horizonte”.

Assim, o chefe da diplomacia angolana acredita que é preciso “arrancar a desigualdade de gênero de suas raízes, desafiando os estereótipos de gênero, acabando com o assédio no local de trabalho, redistribuindo o trabalho de cuidado não remunerado e tornando a diferença salarial entre homens e mulheres um vestígio do passado”.

Para Dennis Francis, os homens precisam se envolver ativamente nessa busca comum, tendo um papel essencial na quebra de estereótipos tóxicos e na modelagem de comportamentos para meninos e adolescentes que normalizem a igualdade legítima de mulheres e meninas.