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Vice-chefe da ONU destaca desafios e oportunidades nos 49 Anos da Cedeao

Em Burkina Faso, colheita de uma família de fazendeiros envolvida em atividades de resiliência
© WFP/Cheick Omar Bandaogo
Em Burkina Faso, colheita de uma família de fazendeiros envolvida em atividades de resiliência

Vice-chefe da ONU destaca desafios e oportunidades nos 49 Anos da Cedeao

Desenvolvimento econômico

Na celebração do aniversário da criação da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Amina Mohammed enfatizou importância da paz, segurança e desenvolvimento sustentável; ela destacou desafios crescentes como terrorismo e a necessidade de ações ousadas para cumprir a Agenda 2030.

Na celebração de 49 anos da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, a vice-secretária-geral da ONU destacou que o evento acontece em meio a desafios políticos, econômicos, sociais, ambientais e de segurança globais cada vez mais complexos e em rápida evolução na região.

Em evento em Nova Iorque, lembrou que o grupo foi criado para promover integração econômica e elevar os padrões de vida de seus povos, em uma época em que muitos países da região tinham acabado de conquistar a independência.

Desenvolvimento sustentável

Embora a vice-chefe da ONU tenha apontado que a Cedeao fez avanços na integração econômica regional e na promoção da governança democrática e do desenvolvimento sustentável, bem como da paz e da estabilidade na África Ocidental e no Sahel, ela avalia que a região está longe das metas estabelecidas na Agenda 2030.

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed
ONU/Loey Felipe
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed

Amina Mohammed apontou que durante a última década, a região viu um aumento exponencial do terrorismo que reverteu seus ganhos de desenvolvimento. Para ela, isso foi agravado pelo ressurgimento de mudanças inconstitucionais de governo, o que representa uma “ameaça significativa à estabilidade regional”.

Segundo a vice-secretária-geral, a crescente ameaça do terrorismo que se espalha do Sahel central para países costeiros está gerando impactos além da região. Ela cita um aumento nas necessidades humanitárias, que cria demandas concorrentes com os investimentos sociais necessários para desenvolver a resiliência e promover a igualdade de oportunidades.

Reflexões

A vice-secretária-geral da ONU destacou a importância da paz e segurança como alicerces para a concretização da visão para a África estabelecida na Agenda 2063. 

Ela afirmou que os valores da democracia e da boa governança ainda são fundamentais para a região, “mas os recentes desenvolvimentos mostram que os modelos de democracia precisam ser fortalecidos e adaptados às realidades locais", 

Para Amina Mohammed, é necessário silenciar as armas e utilizar o conhecimento da academia e da sociedade civil para criar respostas sustentáveis às mudanças na região.

Em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, a vice-secretária-geral pediu ações ousadas e transformadoras para cumprir as metas até 2030. Ela afirma que é necessário acelerar esforços nas áreas de energia limpa, sistemas alimentares, conectividade digital, educação e finanças.

Amina Mohammed também ressaltou a importância da Cúpula do Futuro, marcada para setembro, como uma oportunidade única para abordar lacunas na governança global, especialmente em relação à paz e segurança. 

Para ela, a voz da África será crucial para encontrar caminhos que acabem ou previnam conflitos. Ela incentivou a mobilização da sociedade a nível nacional para que o novo Pacto para o Futuro se beneficie de uma ampla gama de perspectivas.