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No Dia para Eliminação da Discriminação Racial, ONU reforça importância de investir em mulheres negras

Pessoas marcham contra a discriminação racial na Carolina do Norte, EUA.
© UNSPLASH/Clay Banks
Pessoas marcham contra a discriminação racial na Carolina do Norte, EUA.

No Dia para Eliminação da Discriminação Racial, ONU reforça importância de investir em mulheres negras

Direitos humanos

Nações Unidas defendem investimento para avançar na igualdade de gênero; destacando a falta de financiamento, campanha "Investir nas Mulheres: Acelerar o Progresso" enfoca enfrentamento do racismo e da desigualdade; secretário-geral pede políticas governamentais e ações das empresas de tecnologia. 

No Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial, neste 21 de março, a ONU defende investimento em mulheres negras como caminho para o progresso. 

Com a campanha "Investir nas Mulheres: Acelerar o Progresso", as Nações Unidas chamam a atenção para um dos principais desafios para a igualdade de gênero: a falta de financiamento. 

Enfrentamento do racismo e desigualdade

Além disso, a iniciativa destaca a urgência de direcionar investimentos como estratégia para enfrentar o racismo e a desigualdade, além de acelerar o progresso do país.

Em dia internacional, ONU reforça importância de investir em mulheres negras

O enfoque da campanha intensifica o apelo do Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial e demarca a urgência de combater o racismo e a discriminação racial, 75 anos após a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Em mensagem para a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforça que é necessário que governos avancem com políticas e outras medidas para eliminar o racismo. Além disso, o líder das Nações Unidas adiciona que as empresas de tecnologia devem abordar o preconceito racial também na inteligência artificial.

Mulheres negras são mais afetadas pela pobreza

No Brasil, a prevalência da violência contra a população negra ainda é uma constante. O assassinato de pessoas negras, juntamente com a alta incidência de violência sexual e feminicídio contra mulheres e meninas negras, persiste em níveis altos, deixando um rastro de dor e injustiça.

Além disso, as operações policiais em favelas e periferias urbanas resultam no fechamento de creches, escolas, hospitais e clínicas, entre outros serviços essenciais.

“Mulheres negras são mais afetadas pela pobreza, discriminação e violência. Investir nelas é avançar no desenvolvimento do Brasil sem deixar ninguém para trás”, lembra a chefe das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks.

No Brasil, 92% das pessoas que compõem a força de trabalho doméstica são mulheres, das quais 65% negras. Com a interrupção dos serviços, esse grupo, muitas vezes responsável pelo cuidado de crianças e idosos, encontra-se em maior risco de desemprego, discriminação e dificuldades para prover sustento às suas famílias.

Silvia Rucks destaca que a multiplicidade dos desafios enfrentados pelas mulheres e meninas negras demanda uma resposta integral e interseccional na promoção da igualdade de gênero e raça, sendo a ampliação de investimentos uma questão urgente.

Tal abordagem visa a conscientização e ação em um período crucial, conectando as lutas contemporâneas às raízes dos problemas que afetam a população negra no Brasil e no mundo.

*Com reportagem da ONU Brasil