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Multilateralismo marca debate ambiental no terceiro dia da Unea-6

Participante experimenta um óculos de realidade virtual para vivenciar uma viagem com gorilas em Uganda, na sexta sessão da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente em Nairóbi, Quênia
© Pnuma / Kiara Worth
Participante experimenta um óculos de realidade virtual para vivenciar uma viagem com gorilas em Uganda, na sexta sessão da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente em Nairóbi, Quênia

Multilateralismo marca debate ambiental no terceiro dia da Unea-6

Clima e Meio Ambiente

Discussões cobrem campos como ciência, determinação política e envolvimento da sociedade civil; nesta quarta-feira, evento apresenta novo relatório global sobre resíduos sólidos de instituição liderada por especialista brasileiro Carlos Silva Filho.

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A 6ª Assembleia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Unea-6, em Nairóbi, Quênia, terá nesta quarta-feira um terceiro dia inteiramente dedicado aos acordos ambientais multilaterais, MEAs, na sigla em inglês.

Neste evento global, o foco é a importância do multilateralismo para o enfrentamento da tripla crise planetária da mudança climática, perda da biodiversidade e poluição.

Discussões multilaterais de políticas

Diálogos ministeriais e eventos paralelos estarão focados no tema nesta quarta, totalizando oito encontros que privilegiarão o multilateralismo como forma de avançar nas questões ambientais. 

Os debates incluem o fortalecimento da ciência, a determinação política e o envolvimento da sociedade civil, fazendo com que a Assembleia seja uma oportunidade para que os governos mundiais, grupos da sociedade civil, a comunidade científica e o setor privado moldem, juntos, a política ambiental global.

Propostas do Brasil na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente

O embaixador do Brasil no Quênia e representante permanente do país junto às Nações Unidas em Nairobi, Silvio Albuquerque, disse que o país encara a Unea como o mais importante fórum de discussões multilaterais de políticas voltadas para o meio ambiente.

“E para essa Unea, o Brasil veio consciente de que tem alguns projetos que são da nossa maior prioridade – mas, no conjunto geral, é uma reafirmação da centralidade de Nairobi como o centro de discussão internacional, multilateral de políticas ambientais. E de reforço do papel do Secretariado do Pnuma – bem equilibrado com o papel do Secretariado das COPs -, em relação à gestão da política ambiental mundial”.

A 6ª Assembleia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Unea-6, em Nairóbi, Quênia, terá nesta quarta-feira um terceiro dia inteiramente dedicado aos acordos ambientais multilaterais
© Pnuma / Francis Kiguta
A 6ª Assembleia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Unea-6, em Nairóbi, Quênia, terá nesta quarta-feira um terceiro dia inteiramente dedicado aos acordos ambientais multilaterais

Laboratório digital 

O terceiro dia da Unea-6 também abrigará uma série de eventos e atividades focados em ferramentas digitais e como elas podem ajudar com soluções de mitigação das emissões de gases de efeito estufa. 

A Exibição sobre Transformação Digital, exporá soluções totalmente desenvolvidas que oferecem uma ampla gama de serviços aos Estados-membros, acesso a relatórios e publicações, e até protótipos de soluções que ainda estão sendo testados. 

A Universidade da Califórnia mostra como a inteligência artificial pode ser aplicada ao desenvolvimento de políticas globais para o plástico.

Já o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, explica como acelerar a ação climática em favor da infância por meio de soluções e dados digitais. Todos esses eventos integram o Laboratório Digital da Unea-6.

Existem centenas de lixões espalhados pelo Quênia, sendo o maior o lixão de Dandora em Nairóbi
Pnuma/Duncan Moore
Existem centenas de lixões espalhados pelo Quênia, sendo o maior o lixão de Dandora em Nairóbi

Contexto do lixo no mundo 

Outro evento de destaque é o lançamento de mais uma edição inédita do relatório global sobre resíduos sólidos. O estudo ilustra a situação atualizada sobre a geração global de resíduos e o custo dos resíduos e sua gestão desde 2018.

A publicação  analisa o ciclo de vida do lixo para indicar o que o mundo pode ganhar ou perder se mantiver o padrão atual, adotando medidas intermediárias, ou comprometer-se totalmente com desperdício zero e economia circular.

A previsão é de que a produção de resíduos sólidos urbanos cresça de 2,3 bilhões de toneladas em 2023 para 3,8 bilhões de toneladas em 2050. 

As projeções mostram que um modelo de economia circular, em que a produção de resíduos e o crescimento económico são dissociados através da adoção de práticas empresariais sustentáveis, poderá conduzir a um ganho líquido total de US$ 108,5 bilhões.

O estudo é uma publicação do Pnuma em parceria com a ONG International Solid Waste Association, Iswa, cujo presidente é o brasileiro Carlos Silva Filho.

De Nairóbi para a ONU News, Ludmilla Duarte