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Na ONU, chefe da diplomacia de Moçambique debateu crimes e emergências

Macamo mencionou as vulnerabilidades e os conhecimentos do país em evento de doadores
ONU/Manuel Elias
Macamo mencionou as vulnerabilidades e os conhecimentos do país em evento de doadores

Na ONU, chefe da diplomacia de Moçambique debateu crimes e emergências

Ajuda humanitária

Autoridades estão preocupadas com novos crimes aliados ao terrorismo; Verónica Macamo relatou caso do país lidando com vulnerabilidade a eventos extremos e conhecimentos adquiridos na gestão de fundos internacionais de auxílio.

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, participou em sessões do Conselho de Segurança e do Escritório dos Assistência Humanitária, Ocha, realizadas na sede das Nações Unidas.

Sobre o debate do Conselho que nesta quinta-feira enfatizou a situação do crime organizado transnacional, a chefe da diplomacia moçambicana disse que o terrorismo se junta a novos crimes que carecem de medidas urgentes.

Casos de homicídio 

A ministra destacou ainda a adoção de instrumentos jurídicos tendo como alvo apertar o cerco contra criminosos ligados à lavagem de dinheiro e a um nível de homicídios que considerou fora do comum em Moçambique.

Pessoas deslocadas de Cabo Delgado recebem assistência alimentar na província de Nampula, Moçambique
© PMA/Denise Colletta

 

“Os terroristas são alimentados por algum dinheiro que vem de algum sítio. E nós pensamos que o branqueamento de capitais pode ser também uma janela que é utilizada. Mas também estamos preocupados com o combate ao tráfico de armas, com o tráfico de seres humanos e com o tráfico de drogas. É uma série de  elementos que estamos a combater. Estamos preocupados, por exemplo, com os crimes que aparecem nos últimos tempos, como os sequestros.”

Na quarta-feira, Verónica Macamo disse que é preciso garantir infraestruturas básicas para proteger populações que após eventos extremos devem retornar às zonas de origem.

Moçambique teve cerca de 300 mortes este ano após a passagem do ciclone tropical Freddy por duas vezes em duas semanas. O Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf, contribuiu para apoiar ações de salvamento e recuperação.

Lista de mais de 110 países e territórios

A iniciativa emergencial inclui o país na lista de mais de 110 nações e territórios que recebem auxílio internacional. 

“Não é só um problema de Moçambique, mas é uma questão global. Moçambique tem uma localização geográfica que lhe faz passar por situações de mudanças climáticas, sobretudo cheias, secas e de grande magnitude como ciclones. Não nos deixam em paz. Neste momento, temos tomado várias medidas. Temos um plano diretor de redução do risco que está a ser finalizado, temos o plano de proteção de financiamento, o fundo de diminuição de desastres e uma estratégia de informação”. 

Macamo mencionou as vulnerabilidades e conhecimentos do país no evento de doadores que culminou com a promessa de mais de US$ 419 milhões para o auxílio a situações de crise em nível global em 2024.