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Temporada de furacões no Atlântico deve ser "acima do normal"

Crianças procuram pedaços de madeira para ajudar seus pais a reconstruir sua casa depois que ela foi destruída pelos fortes ventos do furacão Iota na Nicarágua.
© UNICEF/Inti Ocon/AFP-Services
Crianças procuram pedaços de madeira para ajudar seus pais a reconstruir sua casa depois que ela foi destruída pelos fortes ventos do furacão Iota na Nicarágua.

Temporada de furacões no Atlântico deve ser "acima do normal"

Clima e Meio Ambiente

Organização Meteorológica Mundial alertou que temporada terá 60% de chance de furacões intensos; fatores incluem o fenômeno climático El Niño e altas temperaturas do mar. 

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, alertou que a temporada de furacões deve apresentar atividade acima do normal neste ano. 

A entidade divulgou dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, uma divisão do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.

Furacões, como o Laura, podem ser vistos do espaço, como nesta imagem da Estação Espacial Internacional
NASA
Furacões, como o Laura, podem ser vistos do espaço, como nesta imagem da Estação Espacial Internacional

Temperatura do mar

De acordo com os cientistas, a temporada de furacões no Atlântico de 2023 em andamento subiu de um nível de atividade “quase normal” para “acima do normal”. 

Eles aumentaram a probabilidade de uma temporada de furacões acima do normal no Atlântico para 60%. Em maio, a previsão era de 30%. 

Os meteorologistas acreditam que os principais fatores climáticos que devem influenciar a atividade de furacões no Atlântico em 2023 são o El Niño e as temperaturas recordes da superfície do mar do Atlântico

70% de confiança

O meteorologista chefe da temporada de furacões da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, Matthew Rosencrans, alertou que, com a atualização, pede que todos se preparem para a temporada que continua.

Para a temporada de furacões de 2023, até 30 de novembro, a entidade prevê entre 14 e 21 tempestades, com ventos de 39 milhas por hora ou mais.

Entre elas, 6 a 11 podem se tornar furacões, com ventos de mais de 74 milhas por horas. Desses, até cinco podem se tornar grandes furacões, com ventos de pelo menos 111 milhas por hora.

A agência dos Estados Unidos tem uma margem de 70% de confiança nessas escalas. Esses intervalos atualizados incluem tempestades que já se formaram nesta temporada.

Um menino está sentado nos escombros de sua casa que foi destruída pelo furacão Iota em Bilwi, Nicarágua.
© UNICEF/Inti Ocon/AFP-Services
Um menino está sentado nos escombros de sua casa que foi destruída pelo furacão Iota em Bilwi, Nicarágua.

Influência do El Niño

Segundo dados da OMM, as condições do El Nino estão sendo observadas e há mais de 95% de chance de que o fenômeno continue durante o inverno do Hemisfério Norte. 

O El Niño geralmente acontece em condições atmosféricas que ajudam a diminuir a atividade tropical durante a temporada de furacões no Atlântico. 

Até agora, essas condições têm se desenvolvido lentamente e os cientistas estão prevendo que os impactos que tendem a limitar a atividade dos ciclones tropicais podem não ocorrer durante grande parte da temporada de furacões restante.

Medidas preventivas

O diretor do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, Ken Graham, afirma que as previsões capacitam comunidades a tomar medidas proativas durante a temporada.

Em junho, a entidade implementou um novo modelo para ajudar a prever de furacões. 

O Sistema de Análise e Previsão de Furacões foi colocado em operação em 27 de junho e funcionará ao lado dos modelos existentes para a temporada de 2023. 

O serviço americano pede a todos em áreas vulneráveis que tenham um plano de furacões bem elaborado e se mantenham informados por meio dos canais oficiais à medida que esta temporada avança.