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OMS quer que mundo antecipe desafios da saúde no pós-pandemia

Meninas aguardam sua vez para serem imunizadas na Escola Primária Rusung Raya, na Indonésia.
© UNICEF/Clark
Meninas aguardam sua vez para serem imunizadas na Escola Primária Rusung Raya, na Indonésia.

OMS quer que mundo antecipe desafios da saúde no pós-pandemia

Assuntos da ONU

Novo levantamento revela que expectativa de vida global é de 73,3 anos; cidadãos em Portugal têm maior probabilidade de viver mais anos entre lusófonos; em Moçambique a chance de longevidade é a menor dentre o grupo de nações.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou nesta sexta-feira, em Genebra, o Relatório Estatísticas Mundiais de Saúde 2023: monitoramento da saúde para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Em termos globais, a expectativa de vida ao nascer é de 73,3 anos, comparada aos 67 anos em 2000. 

Resultado da pandemia  

Em países de língua portuguesa, cada pessoa em Angola tem esperança de viver 63,1 anos. Já em relação ao Brasil são 75,9, Cabo Verde 74, Guiné-Bissau 60, Moçambique 58, Portugal 81,6, São Tomé e Príncipe 70,4 e Timor-Leste 69,6 anos.

Levantamento da OMS revela que expectativa de vida global é de 73,3 anos.
UN Costa Rica/Danilo Mora
Levantamento da OMS revela que expectativa de vida global é de 73,3 anos.

O documento ressaltando fatores como saúde e população, ressalta que a Covid-19 relegou a segundo plano os programas do setor. 

Estima-se que a sequela da pandemia foram quase 1,5 milhão de mortes em excesso, somente nos anos 2020 e 2021.  

O apelo aos países é que adotem medidas urgentes para antecipar e responder aos desafios da saúde, especialmente com vista a proteger grupos vulneráveis da população e àqueles que vivem em áreas com alto fardo de doenças. 

Mortes e doenças desnecessárias  

Pandemias e outras doenças mais prevalecentes nas últimas duas décadas deixam lições que incluem o poder de “conhecimento para evitar mortes e doenças desnecessárias e a criação de sistemas de saúde mais fortes, equitativos e sociedades resilientes”. 

O relatório ressalta a queda da mortalidade infantil pela metade e das mortes maternas em um terço. A situação foi resultado da baixa incidência de doenças infecciosas como HIV, tuberculose e malária. Os riscos de morrer mais cedo por doenças não transmissíveis e lesões também reduziu, destaca a OMS. 

Conquistas que “espelham o progresso em áreas que influenciam a saúde”, incluem a melhoria do acesso aos serviços essenciais para baixar a exposição a riscos, tais como uso de tabaco, consumo de álcool e desnutrição infantil. 

Uma menina de dois anos come pasta nutricional depois de ser identificada com desnutrição em Angola.
© WFP/Pedro Domingos
Uma menina de dois anos come pasta nutricional depois de ser identificada com desnutrição em Angola.

Mudança climática  

O informe observa que o rápido progresso observado em muitos indicadores antes do ano 2015 estagnou de uma forma marcante. Na década atual, o desafio é garantir o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

O documento alerta que a mudança climática pode causar mais de 90 milhões de mortes, a cada ano, até o final do século.   

Pela primeira vez, um capítulo do relatório é dedicado ao fenômeno e seu impacto na saúde. A publicação aponta que 360 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas aos impactos dessas alterações, com maior ênfase em países de baixa e média rendas. 

As pessoas mais pobres, idosos, mulheres, crianças, indígenas, trabalhadores ao ar livre e com condições médicas pré-existentes correm maior risco do que outras, destaca o relatório de Estatísticas Mundiais de Saúde. 

A recomendação para reduzir o impacto das mudanças climáticas na saúde são  adotar a redução nas emissões de carbono, sistemas de saúde resilientes ao clima e fundos adequados para proteger a saúde pública das alterações do clima.