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Burquina Fasso tem 20% dos habitantes precisando de auxílio

Plano de resposta envolverá o governo e a comunidade humanitária
© Unicef/Frank Dejongh
Plano de resposta envolverá o governo e a comunidade humanitária

Burquina Fasso tem 20% dos habitantes precisando de auxílio

Ajuda humanitária

Comunidade humanitária prioriza apoio a 65% dos 4,7 milhões de pessoas que têm mais necessidades; deslocamento interno afeta 10% dos habitantes do país africano, registrando uma das mais graves crises humanitárias globais.

Agências humanitárias precisam de US$ 877 milhões para entregar assistência essencial em Burquina Fasso. Desde 2022, as dificuldades cresceram “em gravidade e abrangência geográfica” no país da África Ocidental, segundo a ONU.

Estima-se que um em cada cinco habitantes precise de ajuda, o equivalente a 4,7 milhões de pessoas. O Burquina Fasso tem 10% dos seus habitantes vivendo como deslocados internos.

Ação de grupos armados e militares

Para a ONU, este ano a situação humanitária é mais preocupante do que nunca. O coordenador humanitário, Abdouraouf Gnon-Kondé, informou que o plano urgente visa apoiar 3,1 milhões de pessoas com necessidades mais agudas e imperiosas.

O país enfrenta uma crise humanitária devido à ação de grupos armados e ao impacto da ação militar. A situação levou cerca de 1,9 milhão de pessoas a deixar suas casas.

Mais de 2,2 milhões de pessoas receberam auxílio avaliado em US$ 338,5 milhões em 2022
©Artisan Productions / Pnuma
Mais de 2,2 milhões de pessoas receberam auxílio avaliado em US$ 338,5 milhões em 2022

 

Os burquinabes também sofrem abusos e violações dos direitos humanos, bem como a instabilidade política na sequência de dois golpes de Estado em 2022.

O chefe humanitário no país destacou que metade dos necessitados são crianças. O plano prioriza intervenções em 127 comunas do país, principalmente as situadas em áreas de difícil acesso.

Uma das maiores crises globais de deslocamento forçado

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, coloca Burquina Fasso entre as maiores crises de deslocamento forçado do mundo.

A violência contra civis registrada nos últimos meses levou 23 mil pessoas a fugir para os vizinhos de Benim, Togo, Costa do Marfim e Gana. Somente em seis semanas, cerca de 11 mil pessoas tiveram que atravessar as fronteiras.

Níger e Mali já abrigam cerca de 70 mil refugiados burquinabes, quase 77% dos cidadãos que buscam abrigo em seis países da região.

Pela primeira vez, o plano de resposta envolverá o governo e a comunidade humanitária para garantir uma “prestação eficaz e eficiente de ajuda”. Em 2022, mais de 2,2 milhões de pessoas receberam auxílio avaliado em US$ 338,5 milhões.