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ONU marca dia pelo desarmamento pela primeira vez

Pequena Amal ao lado da escultura do artista Carl Fredrik Reuterswärd na sede da ONU
UN Photo/Mark Garten
Pequena Amal ao lado da escultura do artista Carl Fredrik Reuterswärd na sede da ONU

ONU marca dia pelo desarmamento pela primeira vez

Paz e segurança

Dia Internacional do Desarmamento e Conscientização sobre a Não-Proliferação é celebrado neste 5 de março; secretário-geral das Nações Unidas destaca que gastos militares seguem batendo recordes; dados apontam que 26 mil pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra.

Neste 5 de março, as Nações Unidas marcam pela primeira vez o Dia Internacional do Desarmamento e Conscientização sobre a Não-Proliferação. A data busca promover a conscientização e compreensão das questões de desarmamento, especialmente os jovens.

A resolução para criação da celebração foi adotada em dezembro de 2022, reafirmando o papel da ONU no desarmamento e o compromisso dos Estados-membros em fortalecer esse princípio.

Campanha para o desarmamento nuclear para descartar armas nucleares e criar segurança genuína para as gerações futuras
CND/Henry Kenyon
Campanha para o desarmamento nuclear para descartar armas nucleares e criar segurança genuína para as gerações futuras

Tensões geopolíticas

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a comunidade global se reúne em torno da certeza de que não há espaço para armas, sejam nucleares, químicas, biológicas ou autônomas.

Segundo ele, ainda hoje, essas e outras armas continuam a ameaçar a humanidade, com níveis recordes de gastos militares, gerando desconfiança e aumentando tensões geopolíticas que podem se transformar em conflitos ainda maiores.

Os dados da ONU apontam que em 2021, os gastos militares globais atingiram US$ 2,1 trilhões. De acordo com estimativas, 26 mil pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra.

Edifícios destruídos na cidade de Aleppo, na Síria, onde armas químicas foram supostamente usadas. (arquivo)
© UNICEF/Ninja Charbonneau
Edifícios destruídos na cidade de Aleppo, na Síria, onde armas químicas foram supostamente usadas. (arquivo)

Ameaça nuclear

Sobre as armas nucleares, o chefe da ONU lembra que os estoques em todo o mundo permanecem em torno de 13 mil.

Guterres reforça que essa quantidade é “mais do que suficiente para destruir nosso planeta muitas vezes” e destaca que o momento atual aponta para o risco de uso mais alto desde a Guerra Fria.

O líder das Nações Unidas fez um chamado aos governos, academia, mídia, sociedade civil, indústria e jovens para a aumentar o volume dessa emergência coletiva e a conscientização sobre a importância crítica do desarmamento e da não proliferação para o futuro da humanidade.

Agenda para a Paz

Ele também pediu que as autoridades tomem medidas para fortalecer o regime global de desarmamento e não-proliferação, incluindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, e apoiem uma Nova Agenda para a Paz com uma visão revigorada do desarmamento.

Para Guterres, o desarmamento e a não-proliferação são “investimentos na paz” e no futuro. Em sua mensagem para a data, ele conclui afirmando que é necessário “acabar com essas ameaças antes que elas acabem conosco”.