Desnutrição aguda ameaça a vida de milhões de crianças vulneráveis
Cinco agências da ONU pedem ação urgente para salvar vidas em países atingidos por crise alimentar; mais de 30 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e 8 milhões dessas crianças estão severamente desnutridas.
Agências das Nações Unidas estão pedindo uma ação urgente para proteger as crianças mais vulneráveis nos 15 países mais atingidos por uma crise alimentar e nutricional sem precedentes.
Conflitos, choques climáticos, impactos contínuos da Covid-19 e o aumento do custo de vida estão deixando um número crescente de crianças com desnutrição aguda, enquanto os principais serviços de saúde, nutrição e outros serviços vitais estão se tornando menos acessíveis.
![Milhares de crianças iemenitas sofrem de desnutrição aguda grave. Milhares de crianças iemenitas sofrem de desnutrição aguda grave.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production+Library/29-01-2021_UNICEF-I338488_Yemen.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Risco de morte
Atualmente, mais de 30 milhões de crianças nos 15 países mais afetados sofrem de desnutrição aguda, e 8 milhões dessas crianças estão severamente desnutridas, uma forma letal de desnutrição.
Em resposta, cinco agências da ONU, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, a Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, e a Organização Mundial da Saúde, OMS estão pedindo um progresso acelerado no Plano de Ação Global sobre Definhamento Infantil.
O objetivo é prevenir, detectar e tratar a desnutrição aguda entre crianças nos países mais afetados, que são Afeganistão, Burkina Faso, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Haiti, Quênia, Madagascar, Mali, Níger, Nigéria, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen.
![Mulheres fazem fila para receber cartões de beneficiários para comprar farinha fortificada para prevenir a desnutrição em Kongoussi, Burkina Faso Mulheres fazem fila para receber cartões de beneficiários para comprar farinha fortificada para prevenir a desnutrição em Kongoussi, Burkina Faso](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/08-12-2022_WFP_Burkina-Faso.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Ações coordenadas
O Plano de Ação Global traz a necessidade de uma abordagem multissetorial e destaca ações prioritárias em nutrição materno-infantil por meio dos sistemas de alimentação, saúde, água e saneamento e proteção social.
Em resposta às necessidades crescentes, as agências da ONU identificaram cinco ações prioritárias que serão eficazes no combate à desnutrição aguda em países afetados por conflitos e desastres naturais e em emergências humanitárias. A ampliação dessas ações como um pacote coordenado será fundamental para prevenir e tratar a desnutrição aguda em crianças e evitar uma trágica perda de vidas.
As agências da ONU pedem uma ação decisiva e oportuna para evitar que esta crise se torne uma tragédia para as crianças mais vulneráveis do mundo. Todas as agências pedem maiores investimentos em apoio a uma resposta coordenada da ONU que atenda às necessidades sem precedentes desta crise crescente, antes que seja tarde demais.
![Menino de dois anos é tratado por desnutrição grave em um hospital na Somália Menino de dois anos é tratado por desnutrição grave em um hospital na Somália](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/18-10-2022_UNICEF_Somalia.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Esforço conjunto
Para Qu Dongyu, diretor-geral da FAO, é provável que essa situação se deteriore ainda mais em 2023. Ele alerta que é preciso garantir a disponibilidade, acessibilidade e acessibilidade de dietas saudáveis para crianças pequenas, meninas e mulheres grávidas e lactantes.
O alto comissário do Acnur, Filippo Grandi, disse que a agência está trabalhando duro para melhorar a análise e o direcionamento para garantir que as crianças que correm maior risco sejam alcançadas, incluindo deslocados internos e populações refugiadas.
Enquanto a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, destaca que as crises em cascata de hoje estão deixando milhões de crianças perdidas e dificultando o acesso a serviços essenciais.
Para o diretor executivo do PMA, David Beasley, é fundamental fortalecer as redes de segurança social e assistência alimentar para garantir que Alimentos Nutritivos Especializados estejam disponíveis para mulheres e crianças que mais precisam deles.
Já o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirma que a crise alimentar global é também uma crise de saúde e um ciclo vicioso: “a desnutrição leva à doença, e a doença leva à desnutrição”