Agência da ONU apoia resposta a cheias em 19 países africanos
Programa Alimentar Mundial precisa de US$ 15 milhões até março de 2023 para responder inundações e ajudar comunidades afetadas; São Tomé e Príncipe está na lista; sistema de armazenamento de águas da chuva impulsiona produção de frutas e vegetais.
As chuvas fortes na África afetaram 5 milhões de pessoas. Uma quantidade acima da média com enchentes arrasadoras em 19 países do centro e do oeste do continente.
A inundações dizimaram mais de um milhão de hectares de terras agrícolas ceifando centenas de vidas e desalojando dezenas de milhares de pessoas.
![As enchentes ocorrem em meio aos preparativos da Conferência da ONU sobre Mundança Climática, COP27, no Egito. As enchentes ocorrem em meio aos preparativos da Conferência da ONU sobre Mundança Climática, COP27, no Egito.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/17-10-2022_WFP_Nigeria.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Resposta imediata
O Programa Alimentar Mundial da ONU está trabalhando com os afetados para tornar as comunidades mais resilientes a futuros choques e pavimentar um caminho para sair da situação.
O diretor regional do PAM para África, Chris Nikoi considera que as famílias na África Ocidental já foram levadas ao limite após conflitos, consequências da pandemia e o disparo do preço dos alimentos. As inundações agem como um multiplicador dessa miséria.
As enchentes ocorrem em meio aos preparativos da Conferência da ONU sobre Mundança Climática, COP27, no Egito. O evento deve ressaltar a necessidade de socorro a comunidades atingidas por desastres climáticos a se adaptarem, expandirem soluções em abordar perdas e danos e investir na ação climática em contextos frágeis.
![Acredita-se que o desastre seja dos mais mortais que a região já viu em anos e o temor é que agrave a fome de milhões em África. Acredita-se que o desastre seja dos mais mortais que a região já viu em anos e o temor é que agrave a fome de milhões em África.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/21-09-2022_WFP_Somalia.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Crise de fome
Acredita-se que o desastre seja dos mais mortais que a região já viu em anos e o temor é que agrave a fome de milhões em África.
Chuvas sazonais irregulares são esperadas com novas cheias que podem agravar a situação humanitária. Entre junho e agosto, as calamidades colocaram 43 milhões de pessoas em níveis de insegurança alimentar, crise e emergência.
Entretanto, o PAM está no terreno a fornecer assistência de emergência de três meses na República Centro-Africana, Chade, Gâmbia, Nigéria, São Tomé e Príncipe e Serra Leoa, países fortemente atingidos. O pacote deve favorecer 427 mil mulheres, homens e crianças.
Chris Nikoi notou que fortalecer a resiliência e promover a adaptação climática é parte essencial da antecipação de riscos, restauração de ecossistemas degradados e proteção de comunidades vulneráveis contra o impacto de eventos extremos.
![A disparada de alimentos, combustíveis e fertilizantes não apenas agrava a crise da fome, mas também fomenta as tensões socioeconômicas. A disparada de alimentos, combustíveis e fertilizantes não apenas agrava a crise da fome, mas também fomenta as tensões socioeconômicas.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/14-10-2022_FAO_Kenya.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Necessidades alimentares
Pequenos agricultores cujas colheitas foram destruídas também beneficiam da resposta com assistência alimentar de emergência e desembolsos em dinheiro.
Os preços do milho subiram 106%, 78%, 42% no Gana, Níger e Nigéria. Já o valor do sorgo, trigo e arroz aumentaram 85%, 49% e 87 porcento no Burkina Fasso, Mauritânia e Serra Leoa respetivamente.
A disparada de alimentos, combustíveis e fertilizantes não apenas agrava a crise da fome, mas também fomenta as tensões socioeconômicas, à medida que os governos lutam para responder.
O PAM está a implementar também um programa de Ação Antecipada que ajuda a capacitar governos e parceiros e criar sistemas de alerta precoce contra eventos climáticos extremos.
![Em agosto, a Ação foi ativada no Níger, visando 200 mil pessoas em risco com mensagens de alerta e aconselhamento. Em agosto, a Ação foi ativada no Níger, visando 200 mil pessoas em risco com mensagens de alerta e aconselhamento.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/20-05-2022-OCHA-Niger.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Resiliência
Em agosto, a Ação foi ativada no Níger, visando 200 mil pessoas em risco com mensagens de alerta e aconselhamento. No Sahel, o foco da agência é a construção de resiliência aos efeitos da crise climática, promovendo técnicas agrícolas que ajudam a restaurar terras e ecossistemas degradados.
O PAM apoia as comunidades na construção de sistemas de captação de água da chuva e outras opções de armazenamento, permitindo aos agricultores plantarem frutas e vegetais na época de seca.
A agência implementou um esquema de seguro para melhorar a gestão dos riscos climáticos e desembolsou este ano US$ 9,4 milhões na implementação de um plano de resposta precoce na Mauritânia, Mali e Burkina Fasso como parte da resposta de Capacidade Africana de Risco.
*De Bissau, Amatijane Candé para a ONU News.