Na Cúpula Mundial da Saúde, ONU ressalta que setor deve ser prioridade
Saúde
Secretário-geral diz que o momento pede muito mais investimentos; fórum híbrido de parcerias e cooperação sobre o setor junta centena de países até terça-feira, em Berlim; Organização Mundial de Saúde coorganiza a reunião pela primeira vez.
O principal encontro de parceiros da saúde global junta milhares de participantes a partir deste domingo em Berlim, na Alemanha. Com o lema “Fazendo a escolha pela saúde”, a Cúpula Mundial da Saúde terá mais de 60 sessões realizadas em três dias.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que é preciso um novo acordo global, uma nova arquitetura e uma nova abordagem sobre o setor para projetá-lo a um outro nível.
Apoio
Tedros Ghebreyesus enfatizou que a saúde não é um custo, mas um investimento. O chefe da OMS afirmou que a saúde não é um efeito, mas um meio de desenvolvimento, sendo ainda um direito humano essencial e não um luxo.
Em vídeo enviado aos líderes, ministros e outras autoridades de mais de 100 países presentes na abertura do evento, o secretário-geral das Nações Unidas declarou que o mundo vive uma época de grande risco e incerteza.
Guterres pede que seja recalibrado o multilateralismo e fortalecida a cooperação global para a saúde
António Guterres pediu que seja revigorada a segurança e a preparação globais, por meio de liderança e compromisso político sustentado.
O chefe da ONU convocou os governos a dar prioridade à saúde. Ele defende que países mais ricos e as instituições financeiras internacionais precisam apoiar as economias em desenvolvimento para que estas façam esses investimentos cruciais.
Sistema financeiro global
Ele pediu que mude o atual panorama de “sistema financeiro global desequilibrado que está falhando com o mundo em desenvolvimento”. O discurso ressalta ainda que deve haver acesso inclusivo, imparcial e equitativo aos serviços de saúde em favor da cobertura universal.
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Saúde não é custo, mas um investimento, disse o chefe da @WHO em Berlim. @DrTedros afirmou, na Cúpula Mundial da Saúde, que saúde não é um resultado, mas um meio de desenvolvimento, sendo ainda um direito humano essencial e não um luxo. #WHS2022🌍 https://t.co/p4bpEFLSCZ
ONUNews
O líder da ONU disse que a recuperação dos impactos da pandemia demonstrou a fraca preparação global para as crises. A situação afetou mulheres de forma particular que arcam com o fardo de grande parte de cuidados nas famílias e como trabalhadoras da linha de frente.
Guterres ressaltou que, ao mesmo tempo, elas sofreram uma redução significativa de renda devido à perda de empregos e à ausência de redes de proteção social adequadas.
G7 e G20
Conjugadas à Covid-19, o chefe da ONU apontou as crises alimentar, energética e financeira, ao lado dos atrasos nos esforços para reduzir a pobreza e a fome e implementar a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
Para voltar ao rumo, Guterres pediu que seja recalibrado o multilateralismo e fortalecida a cooperação global. Para ele, “muito pouco está sendo investido globalmente nos sistemas necessários para a saúde e o bem-estar das pessoas”.
Pela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde coorganiza a reunião que deve desenvolver temas como mudanças do clima e saúde, preparação para pandemias, sistemas de saúde sustentáveis. O papel das maiores economias do mundo, integradas no G7 e no G20, na saúde mundial, também será debatido até terça-feira.
Ao todo, são esperados mais de 300 palestrantes de todas as regiões do mundo. O evento contará ainda com altos representantes de governos, ministros e delegações de setores como academia, indústria, sociedade civil e organizações internacionais e mais de 6 mil participantes acompanhando as sessões no local e online.