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Síria: Paradeiro de 100 menores após ataque do Isil preocupa peritos na ONU BR

Especialistas pedem que haja proteção das crianças e se evitem que estas sofram mais danos
EQUIS Justicia para las mujeres/Scopio
Especialistas pedem que haja proteção das crianças e se evitem que estas sofram mais danos

Síria: Paradeiro de 100 menores após ataque do Isil preocupa peritos na ONU

Paz e segurança

Especialistas advertem sobre crime de desaparecimento forçado das vítimas de um ataque na província nordestina de al-Hasakeh, em janeiro; especialistas pedem acesso total e desimpedido às crianças detidas.

Mais de 20 especialistas internacionais* revelaram extrema preocupação com a falta de informação sobre o destino de 100 crianças detidas em uma prisão síria, mais de dois meses após um ataque de extremistas ao local. 

O crime, ocorrido em janeiro, na província de Al-Hasakeh, no nordeste do país, é atribuído ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil ou Daesh. Para os peritos da ONU, alguns podem ser casos de desaparecimentos forçados.

Extremistas 

Os menores entre 10 e 12 anos estavam “detidos em condições nocivas a sua saúde e ao bem-estar das crianças.”

Menino em um assentamento informal no noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia.
Foto: Unicef/Nour Alshami
Menino em um assentamento informal no noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia.

 

Muitos tinham parentes adultos na prisão e foram transferidos de campos de deslocados para milhares de filhos de combatentes extremistas. 

Os especialistas independentes pedem que “as autoridades de fato permitam que todos os agentes humanitários tenham acesso total e desimpedido às crianças ainda detidas”.

De acordo com a nota, devem ser apurados os danos causados a essas crianças e cobrar prestação de contas dos responsáveis evitando a impunidade.

Tratamento 

Os peritos ressaltam que os detidos ficaram gravemente feridos durante a fuga e não estão recebendo tratamento médico crítico. 

Uma família foge da violência em Idlib, na Síria.
Ocha/HFO
Uma família foge da violência em Idlib, na Síria.

 

O apelo a todos é que garantam a proteção das crianças e evitem que sofram mais danos.
Os especialistas destacam que apesar do recente ataque à prisão, a assistência humanitária e de direitos humanos prestados aos que estão arbitrariamente detidos “não pode, sob nenhuma circunstância, ser entendida ou interpretada como apoio material ao terrorismo sob qualquer legislação antiterrorista ou acordo de doadores.”

Para ressaltar o pedido de repatriação imediata das crianças, eles apelam que os que não podem contar com a medida “de acordo com o direito internacional, uma solução internacional para sua situação deve ser encontrada”.

O grupo disse estar claro que a situação atual não pode ser conciliada com nenhuma posição de que os Estados estejam efetivamente abordando as ameaças internacionais à paz e à segurança, incluindo o combate ao terrorismo e ao extremismo violento”.

* Especialistas independentes trabalham de forma voluntária em sua capacidade individual, não são funcionários da ONU e nem recebem salário pelo seu trabalho.