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ONU “fará tudo para elucidar” queda de helicóptero que matou 8 boinas-azuis na RD Congo BR

Contingente de forças de paz da ONU em missão na República Democrática do Congo.
Monusco
Contingente de forças de paz da ONU em missão na República Democrática do Congo.

ONU “fará tudo para elucidar” queda de helicóptero que matou 8 boinas-azuis na RD Congo

Paz e segurança

Chefe das Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, diz que investigação é dever com soldados mortos e todos os funcionários das missões das Nações Unidas; seis soldados eram do Paquistão, um da Rússia e um da Sérvia; Missão da RD Congo, Monusco, diz que somente este ano, quase 2,3 mil pessoas foram mortas no leste do país. 

As Nações Unidas prometeram “fazer tudo” para investigar as circunstâncias da queda de um helicóptero da Missão de Paz da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, na terça-feira, no leste do país. 

A aeronave, do tipo Puma, transportava seis boinas-azuis do Paquistão, um da Rússia e outro da Sérvia e desapareceu na região de Kivu Norte, enquanto fazia uma missão de reconhecimento em Tshanzu, perto da fronteira com Uganda e Ruanda. 

Forças de paz escoltam um comboio humanitário na República Democrática do Congo.
© UNICEF/Guy Hubbard
Forças de paz escoltam um comboio humanitário na República Democrática do Congo.

Tragédia 

O local foi alvo recente de confrontos de forças congolesas com o grupo armado rebelde M23. O nome vem da data de um acordo, assinado em 23 de março de 2009, entre o governo congolês e milícias pró-Tutsi. 

Nesta quarta-feira, ao reagir à queda, em sua conta oficial no Twitter, o chefe do Departamento de Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, disse que é preciso apurar a tragédia.  

Para ele, este é um dever e uma obrigação com os boinas-azuis mortos e com todo os funcionários de missões de paz das Nações Unidas. 

Reunião do Conselho de Segurança sobre a situação da República Democrática do Congo.
© UN Photo/Eskinder Debebe
Reunião do Conselho de Segurança sobre a situação da República Democrática do Congo.

Rebeldes 

Os oito corpos foram encontrados e levados a Goma, capital de Kivu Norte. 

O aumento da violência na RD Congo foi citado pela chefe da Monusco, Bintou Keita, nessa reunião do Conselho de Segurança na terça-feira. 

A subsecretária-geral falou da insegurança e contou que em três meses, quase 2,3 mil pessoas foram mortas nas províncias do leste. Keita disse que a violência aumentou apesar das operações militares conjuntas contra os grupos armados. 

As Forças Armadas da República Democrática do Congo, Fardc, e as Forças de Defesa do Povo de Uganda, Updf, se uniram na operação. Mas os contra-ataques de grupos armados como as Forças Democráticas Aliadas, conhecidas como ADF, agravaram a situação. 

Causas e sintomas 

Na segunda-feira, integrantes de outro grupo, o M23, realizaram ataques a civis perto de Rutshuru. A situação está pior com o aumento de explosivos pela ADF. Segundo a Monusco, a ADF renovou sua aliança com o Daesh, como é conhecido o grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, na região. 

A chefe da Monusco alertou o Conselho de Segurança sobre o aumento do risco para o pessoal da ONU incluindo funcionários da saúde.  

A Missão da ONU na RD Congo redobrou esforços para proteger os civis na província de Ituri com uma alta no número de unidades de apoio às Forças Armadas congolesas. 

Bintou Keita disse, no entanto, que sem uma resposta às causas e sintomas da violência no país africano, as ações da ONU e das forças congolesas seguirão sendo insuficientes.