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OMS: Profissionais e instalações de saúde sofrem mais incursões militares no Sudão  BR

OMS considera ataques direcionados como “uma violação flagrante do direito internacional humanitário”
Salah Naser
OMS considera ataques direcionados como “uma violação flagrante do direito internacional humanitário”

OMS: Profissionais e instalações de saúde sofrem mais incursões militares no Sudão 

Paz e segurança

Cartum e outras cidades registraram 15 atos violentos em dois meses; sessão do Conselho de Segurança debate situação na sequência de manifestações marcando momento de crise política.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, advertiu sobre invasões e incursões militares a instalações que oferecem o tipo de serviços no Sudão. 

Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança debate a situação do país, que enfrenta protestos na sequência da crise política após o golpe militar de outubro passado.

Mortes 

Até então, militares e civis partilhavam o poder em um governo de transição formado após a queda do presidente Omar Al-Bashir, há dois anos.

Em nota emitida em Genebra, a OMS revela que aconteceram 15 ataques a profissionais e instalações de saúde desde novembro de 2021 na capital Cartum e em outras cidades. Pelo menos 11 foram confirmados.
A agência expressa preocupação com a escalada da crise, advertindo que o tipo de ação pode reduzir o acesso dos pacientes aos cuidados de saúde. 

Ataques acontecem na capital Cartum e em outras cidades
Salah Naser
Ataques acontecem na capital Cartum e em outras cidades

 

A questão é mais grave em momento da Covid-19. A situação é aliada a outras ameaças de saúde pública, como dengue, malária, sarampo e hepatite E. 

Ameaças 

A OMS destaca ainda relatos de prisão de pacientes e profissionais de saúde. Muitos sofreram com ferimentos, detenção e operações de busca forçada. 

Para a agência, esses incidentes resultaram na suspensão dos serviços de emergência em algumas unidades de saúde. Pacientes e pessoal do setor fugiram no meio de tratamentos médicos. 

Vista aérea da capital do Sudão, Cartum - 2018.
WFP/Abeer Etefa
Vista aérea da capital do Sudão, Cartum - 2018.

 

Outra questão preocupante é a interceptação de ambulâncias, profissionais e pacientes em abordagens de segurança.

Ambiente seguro 

A OMS considera esses ataques direcionados como “uma violação flagrante do direito internacional humanitário”, e pede que parem de imediato.  

A nota ressalta ainda um clima de medo ou preocupação com o bem-estar de pacientes que “devem receber cuidados em um ambiente seguro e protegido”.

A agência condena ataques a instalações de saúde, independentemente do motivo ou contexto. A nota defende o fim das ações colocando em risco a vida de profissionais e pacientes ou que impeçam a prestação de serviços essenciais.

O pronunciamento destaca ainda que é preciso respeitar a inviolabilidade, neutralidade e segurança desses locais, incluindo dos trabalhadores, dos pacientes e das instalações.