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Bachelet diz que não se deve forçar a vacina contra Covid, mas multas são aceitas BR

Bachelet advertiu que a marca de 70% até meados de 2022 também não deve ser possível
© UNICEF/Tiatemjen Jamir
Bachelet advertiu que a marca de 70% até meados de 2022 também não deve ser possível

Bachelet diz que não se deve forçar a vacina contra Covid, mas multas são aceitas

Saúde

Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos diz que imunizantes devem estar acessíveis para todos para implementação de obrigatoriedade; penalidades devem ser proporcionais e revistas por autoridades judiciais; limitação de acesso a espaços públicos deve ser considerada. 

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, falou nesta quarta-feira sobre o acesso e a obrigatoriedade das vacinas contra Covid-19. Para ela, a vacinação obrigatória deve sempre respeitar os direitos humanos e forçá-la “não é aceitável”. 

Segundo Bachelet, quem se recusar a cumprir a política de imunização pode ser penalizado com multas “apropriadas e proporcionais”, sujeitas a revisão pelas autoridades judiciais. 

Michelle Bachelet chamou a atenção para  a restrição contínua do espaço de discussão ou crítica de políticas
ONU/Antoine Tardy
Michelle Bachelet chamou a atenção para a restrição contínua do espaço de discussão ou crítica de políticas

Vacinação mandatória 

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Em mensagem de vídeo para um fórum que aconteceu em Genebra, ela afirmou que países que estudam a implementação de políticas para obrigatoriedade da vacina devem disponibilizar o acesso universal as doses e considerar exceções para condições individuais. 

Nessas condições, Bachelet acredita que a limitação de acesso a escolas, hospitais e outros espaços públicos para pessoas não vacinadas também pode contribuir para conter a transmissão do vírus. 

Para ela, a obrigatoriedade da vacinação só deve ser adotada quando necessária para alcançar objetivos primordiais de saúde pública. Bachelet voltou a destacar que “ninguém está seguro até que todos estejam seguros”. 

Avanços  

Para a alta comissária, a meta de proteger 40% da população mundial até o final de 2021 dificilmente será cumprida. Bachelet advertiu que a marca de 70% até meados de 2022 também não deve ser possível. 

Ao citar as desigualdades no acesso a vacina, ela diz ser injusto e imoral, mas também contraproducente.  

Isso porque picos de infecção e surgimento de novas variáveis, como a Ômicron, são resultados concretos dos perigos da lacuna vacinal.