Bachelet diz que não se deve forçar a vacina contra Covid, mas multas são aceitas
Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos diz que imunizantes devem estar acessíveis para todos para implementação de obrigatoriedade; penalidades devem ser proporcionais e revistas por autoridades judiciais; limitação de acesso a espaços públicos deve ser considerada.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, falou nesta quarta-feira sobre o acesso e a obrigatoriedade das vacinas contra Covid-19. Para ela, a vacinação obrigatória deve sempre respeitar os direitos humanos e forçá-la “não é aceitável”.
Segundo Bachelet, quem se recusar a cumprir a política de imunização pode ser penalizado com multas “apropriadas e proporcionais”, sujeitas a revisão pelas autoridades judiciais.
Vacinação mandatória
Em mensagem de vídeo para um fórum que aconteceu em Genebra, ela afirmou que países que estudam a implementação de políticas para obrigatoriedade da vacina devem disponibilizar o acesso universal as doses e considerar exceções para condições individuais.
Nessas condições, Bachelet acredita que a limitação de acesso a escolas, hospitais e outros espaços públicos para pessoas não vacinadas também pode contribuir para conter a transmissão do vírus.
Para ela, a obrigatoriedade da vacinação só deve ser adotada quando necessária para alcançar objetivos primordiais de saúde pública. Bachelet voltou a destacar que “ninguém está seguro até que todos estejam seguros”.
Avanços
Para a alta comissária, a meta de proteger 40% da população mundial até o final de 2021 dificilmente será cumprida. Bachelet advertiu que a marca de 70% até meados de 2022 também não deve ser possível.
Ao citar as desigualdades no acesso a vacina, ela diz ser injusto e imoral, mas também contraproducente.
Isso porque picos de infecção e surgimento de novas variáveis, como a Ômicron, são resultados concretos dos perigos da lacuna vacinal.