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Com 4,5 milhões de mortes pela Covid-19, Guterres diz que segurança da saúde global fracassou BR

Vacina de Covid-19 é aplicada na Indonésia
Foto: © UNICEF/Arimacs Wilander
Vacina de Covid-19 é aplicada na Indonésia

Com 4,5 milhões de mortes pela Covid-19, Guterres diz que segurança da saúde global fracassou

Saúde

Secretário-geral participou de reunião sobre a pandemia; encontro foi organizado pelo presidente norte-americano Joe Biden; António Guterres afirmou que vacinação global não é filantropia, mas uma questão de interesse comum devido aos riscos de novas variantes.  

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizou esta quarta-feira, em Nova Iorque, a Conferência Global sobre a Covid-19. O secretário-geral das Nações Unidas participou do encontro e declarou que “a segurança da saúde global fracassou, ao custo de 4,5 milhões de vidas” que foram perdidas pelo coronavírus. 

António Guterres afirmou ser possível acabar com a pandemia, já que existem vacinas eficazes contra a doença. O chefe da ONU voltou a defender um plano global de imunização, porque segundo ele, o “vírus continua circulando e mesmo em locais onde os casos estão diminuindo, novas variantes causam picos perigosos”.  

Indústria bilionária  

A OMS continua chamando a atenção para a desigualdade no acesso às vacinas de Covid
Aeia/Dean Calma
A OMS continua chamando a atenção para a desigualdade no acesso às vacinas de Covid

O secretário-geral afirmou que 5,7 bilhões de doses de vacina já foram administradas no mundo todo, mas 73% do total foi aplicada nas populações de apenas 10 países.  

Nações de renda alta administraram 61 vezes mais doses por habitante do que os países de baixa renda. Na África, apenas 3% da população foi vacinada. Segundo Guterres, as vacinas contra a Covid foram desenvolvidas com dinheiro público, mas já representam uma indústria de US$ 100 bilhões.  

Produção precisa duplicar  

Mulher recebe a vacina contra a Covid-19 na RD Congo
© UNICEF/Arlette Bashizi
Mulher recebe a vacina contra a Covid-19 na RD Congo

O secretário-geral também declarou no encontro que “vacinação global não é filantropia, é interesse próprio”, pois “quanto maior o número de pessoas não imunizadas, mais o vírus continuará circulando e evoluindo para novas variantes”, causando ainda mais impactos socioeconômicos. 

António Guterres quer um plano global para dobrar a produção de vacinas e garantir que 2,3 bilhões de doses são distribuídas de forma igualitária pelo mecanismo Covax. A meta é alcançar 40% da população em todos os países até o fim deste ano, e 70% até o fim do primeiro semestre de 2022. 

O secretário-geral das Nações Unidas explicou que este plano pode ser implementado por uma equipe de emergência formada pelos países que produzem as vacinas. 

Entre os integrantes estariam ainda a OMS, pela Covax, instituições financeiras e a Organização Mundial do Comércio que estariam trabalhando com farmacêuticas para garantir que a produção duplique e que a distribuição seja igualitária.