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Dos ídolos do K-Pop à energia limpa: 5 fatos para ter atenção na 76ª Assembleia Geral BR

Alguns líderes mundiais farão discursos na Assembleia Geral, outros participarão virtualmente.
Foto: ONU/Evan Schneider
Alguns líderes mundiais farão discursos na Assembleia Geral, outros participarão virtualmente.

Dos ídolos do K-Pop à energia limpa: 5 fatos para ter atenção na 76ª Assembleia Geral

Assuntos da ONU

A nova sessão do órgão teve início dia 14 de setembro, mas debates de alto-nível com chefes de Estado e de governo acontecem a partir desta terça-feira; líderes mundiais vão retornando gradualmente à sede da ONU; além da Covid-19, outros desafios globais estarão no centro das atenções, como mudança climática e segurança alimentar.  

1) Ser ou não ser: estar ou não presente fisicamente na Assembleia Geral  

O formato da 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, conhecida como UNGA 76, reflete o estado atual do mundo: um retorno gradual às reuniões presenciais, com muitas delegações ainda participando apenas online, mas também com a vontade de se voltar a alguma versão da normalidade, ainda que reconhecendo que a pandemia de Covid-19 está longe do fim. 

Depois da Assembleia Geral de 2020, que foi virtual, alguns chefes de Estado estarão presentes na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para discursarem nos debates de alto-nível. Ainda assim, a maioria dos líderes mundiais participará do evento por vídeo.  

Um dos aspectos mais valiosos da atual sessão para os presidentes, primeiros-ministros e outros representantes de governo, é a chance dos encontros bilaterais, longe dos holofotes. Isso não foi possível no ano passado, mas agora, já foram montadas cabines privadas para as reuniões bilaterais.  

Ainda não se sabe ao certo quais líderes governamentais estarão presentes em Nova Iorque para a Assembleia Geral da ONU, mas todos podem acompanhar a cobertura na ONU News e assistir, ao vivo, os debates no site UN Web TV.  

2) Um momento com o K-Pop, e um reforço da vacina  

Funcionária de saúde prepara vacina contra Covid-19 no Brasil
Opas/Karina Zambrana
Funcionária de saúde prepara vacina contra Covid-19 no Brasil

Se o assunto é vacinação da Covid-19, uma mensagem consistente da Organização Mundial da Saúde, OMS, é que “ninguém está seguro até todos estarem seguros”. Em outras palavras: países mais ricos, que tem dado grandes passos para imunizar a maioria dos cidadãos, precisam garantir a proteção para as populações das nações em desenvolvimento.   

Mas isso não está acontecendo, de acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. Neste 20 de setembro, como parte do “Momento ODS” da Década de Ação (um projeto da ONU para soluções sustentáveis aos maiores desafios globais), Tedros irá discutir o atual estado da distribuição de vacinas, ao lado do chefe do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, Achim Steiner, e da diretora da Comissão Econômica da ONU para África, Vera Songwe.  

 

Será que o BTS vai “quebrar” a internet de novo? 

BTS 💜 show the power of love and kindness | UNICEF

 

O Momento ODS é um evento que irá durar o dia todo e contar com a participação das estrelas do pop coreano, e amigos da ONU, BTS. Os sete integrantes do grupo já fazem parcerias com o Unicef desde 2017, participando da campanha anti-bullying Love Myself.  

A equipe de T.I. da ONU estará sem dúvida a postos no dia 20, já sabendo do enorme tráfego online que o BTS atraiu durante a visita à Assembleia Geral em 2018, e também durante a mensagem de vídeo que enviaram para a sessão da AG em 2020. Nas duas ocasiões, o sistema lutou para se manter no ar! 

3) A fome por mudança: a receita para novos sistemas alimentares  

Sistemas alimentares africanos não podem produzir comida a preços acessíveis
Ocha/Michele Cattani
Sistemas alimentares africanos não podem produzir comida a preços acessíveis

No último ano, houve um novo ímpeto na ONU sobre a necessidade de reformar os sistemas alimentares, que envolve tudo relacionado a ter nos nossos pratos refeições saudáveis e nutritivas, desde a colheita até a produção de carne.  

Este novo impulso aconteceu após o chefe da ONU, António Guterres, decidir criar a primeira Conferência da ONU sobre Sistemas Alimentares, marcada para 23 de setembro.  

Vários especialistas já alertaram que o atual sistema alimentar global é muito perigoso para o planeta e para a população. Ao anunciar a conferência, Guterres declarou que a cadeia de produção alimentar é “uma das principais razões pela qual estamos fracassando em nos manter dentro dos limites ecológicas do planeta”.  

A produção de alimentos emite um terço das emissões globais de gases de efeito estufa; causa desmatamento e é responsável ainda por 80% das perdas da biodiversidade.  

Além da distribuição ambiental, um terço de toda a comida produzida vai parar no lixo, todos os anos.  

A meta da conferência é desenvolver estratégias para combater os desafios globais como fome, mudança climática, pobreza e desigualdade, e criar sistemas alimentares que irão beneficiar todas as pessoas e proteger o planeta.  

4) Resistindo à tempestade dos “multiplicadores de ameaças”: clima e segurança  

Nas ilhas Seychelles, meta é melhorar a proteção costeiras e impactos do aumento do nível do mar.
Foto: NOOR/Kadir van Lohuizen
Nas ilhas Seychelles, meta é melhorar a proteção costeiras e impactos do aumento do nível do mar.

A crise climática já é reconhecida como uma questão que vai além de um problema ambiental, mas uma crise existencial que afeta a todos nós: a ONU já descreveu a mudança climática como uma multiplicadora de ameaças, por causar stress nos sistemas econômicos, sociais e políticos de todos os países.  

Por exemplo, a seca na região do Sahel no norte da África está contribuindo para o conflito, deslocando populações que enfrentam fome e limitando as perspectivas dos meios de subsistência.  

Estudos mostram a ligação da mudança climática com a guerra civil do Sudão e em eventos mais recentes como a guerra em Tigray, no norte da Etiópia, e o crescimento do conflito armado na bacia do Lago Chade, que é fonte de água para vários países e que já diminuiu cerca de 90% desde 1960.  

A ONU News trará todos os detalhes de um debate especial do Conselho de Segurança sobre clima e segurança, que acontece no dia 23 de setembro.  

5) Emissões Zero: energia limpa e confiável  

Guterres pede ações e políticas concretas de transição global para energia limpa  
Banco Mundial/Jutta Benzenberg
Guterres pede ações e políticas concretas de transição global para energia limpa  

Questões energéticas estão no centro dos esforços de combate à mudança climática, então pode parecer surpresa que a última reunião global sobre energia sob os auspícios da Assembleia Geral da ONU aconteceu há 40 anos.  

Então está na hora de se realizar um novo encontro. O Diálogo de Alto Nível da ONU sobre Energia será em 24 de setembro, acontecendo em um mundo que enxerga o uso de combustíveis fósseis e de energias renováveis de uma maneira muito diferente daquela da década de 1980. 

Energia acessível, confiável, sustentável e moderna para todos faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, que formam a Agenda 2030, o grande plano da ONU para um futuro mais limpo e justo.  

Um outro desafio que será debatido no evento é como reduzir a zero as emissões nocivas de gases de efeito estufa, os grandes responsáveis pela mudança climática, até 2050.  

Para a ONU, esta é uma tarefa enorme que requer, desde já, ações ambiciosas. Por este motivo, países, regiões, empresas, ONGs e outras entidades serão convidados a apresentar os Pactos da Energia, com compromissos voluntários e planos concretos explicando como tornarão este desafio uma realidade.