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Estratégia global contra a Aids pretende abordar as desigualdades que aumentam as infecções e mortes por HIV

Evento na ONU reflete sobre metas para acabar com ameaça da Aids até 2030  BR

OIM Arménia
Estratégia global contra a Aids pretende abordar as desigualdades que aumentam as infecções e mortes por HIV

Evento na ONU reflete sobre metas para acabar com ameaça da Aids até 2030 

Saúde

Casos fatais diminuíram 61% desde 2004; cerca de 26 milhões de soropositivos recebem tratamento antirretroviral; organização quer melhorar acesso a tecnologias de saúde, serviços essenciais e respeito aos direitos dos afetados. 

A Assembleia Geral acolhe até quinta-feira uma reunião de alto nível para avaliar os progressos feitos após a adoção dos compromissos da Declaração Política de 2016 para acabar com a epidemia da Aids até 2030. 

As Nações Unidas estimam que as mortes relacionadas à doença foram reduzidas em 61% desde o pico em 2004. Hoje, cerca de 26 milhões de pessoas recebem tratamento antirretroviral. 

Mulheres e meninas  

A organização indica que, ainda assim, há desafios que persistem. Em 2020, mulheres e meninas foram a metade dos infectados com o HIV no mundo. Na África Subsaariana, seis em cada sete novos casos entre 15 e 19 anos foram de sexo feminino.  

Chefe da Unaids, Winnie Byanyima defende liderança política para que crianças possam concluir educação secundária
ONU/Loey Felipe
Chefe da Unaids, Winnie Byanyima defende liderança política para que crianças possam concluir educação secundária

 

As mulheres jovens têm duas vezes mais probabilidade de viver com o vírus do que os homens. 

Para a diretora-executiva do Programa Conjunto da ONU de Combate ao HIV/Aids, Winnie Byanyima, há três mudanças necessárias para acabar com a doença. 

A primeira é acabar com as desigualdades no acesso às tecnologias de saúde, abordando ainda o fosso nos serviços essenciais e na realização dos direitos, em particular dos que vivem e são afetados pelo vírus. 

Desigualdades 

Já vice-secretária-geral, Amina Mohammed, disse que no desenrolar da pandemia, as sociedades enfrentaram obstáculos como medo, negação, estigma e negligência. Em comunidades na linha de frente faltava liderança política e ação global, enquanto estas cuidavam de entes queridos que estavam morrendo. 

Para a vice-chefe da ONU, os países devem implementar a nova estratégia global contra a Aids. Em cinco anos, a meta é abordar as desigualdades que aumentam as infecções e mortes por HIV.  

Uma parteira prepara remédios para um bebê HIV-positivo de duas semanas em Uganda.
Unicef/Jimmy Adriko
Uma parteira prepara remédios para um bebê HIV-positivo de duas semanas em Uganda.

Mohammed acredita que o alinhamento de estruturas globais e locais aliadas a sistemas de saúde fortes ajudarão a alcançar metas da estratégia, resultando na redução drástica de casos e óbitos pela doença até 2025. 

No evento, o presidente da Assembleia Geral pediu dando seguimento ao espírito da Declaração Política sejam ouvidas as vozes de alarme dos afetados, da sociedade civil, dos trabalhadores da saúde e dos epidemiologistas. 

Volkan Bozkir apelou os Estados-membros à urgência na aplicação de medidas para garantir a igualdade de acesso ao tratamento e evitar milhões de mortes. 

Agenda 2030 

O evento avalia a resposta ao HIV nas vertentes social, econômica e política, que apoiem os avanços feitos em favor da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e para a meta de saúde global.  

A reunião deve culminar com recomendações para orientar e monitorar a resposta à doença após 2021, incluindo novos compromissos para acelerar o fim da epidemia na próxima década. 

Os participantes também devem reafirmar o compromisso e engajamento de líderes, países, comunidades e parceiros em favor de uma resposta abrangente, universal e integrada ao HIV/Aids. 

 

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Foto ONU: Eskinder Debebe
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