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OMS pede que países doem vacinas para Covax antes de imunizar crianças  BR

África pode ter identificado ou alguns países da região estão próximos de produzir a vacina
Unicef/Raphael Pouget
África pode ter identificado ou alguns países da região estão próximos de produzir a vacina

OMS pede que países doem vacinas para Covax antes de imunizar crianças 

Saúde

No momento, apenas 0,3% de todas as doses vão para nações de baixa renda; chefe da agência falou de progressos na distribuição e produção de imunizantes; braço regional da OMS está intensificando doações e cooperação técnica à América Latina e ao Caribe.  

A Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu aos países desenvolvidos para doar vacinas contra a Covid-19 na iniciativa Covax, liderada pela ONU, antes de começarem a inocular crianças e adolescentes.  

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse compreender a decisão de alguns países, mas pediu apoiem as nações menos desenvolvidas que precisam dos imunizantes. 

Vacinas 

Em países de rendas baixa e média-baixa, o suprimento de vacina é insuficiente para os profissionais de saúde. No momento, apenas 0,3% de todas as doses vão para nações de baixa renda. 

A iniciativa Covax já chegou a mais de 100 países. Nesta imagem, doses de vacina chegam a Bukavu, na República Democrática do Congo
Unicef/Chiara Frisone
A iniciativa Covax já chegou a mais de 100 países. Nesta imagem, doses de vacina chegam a Bukavu, na República Democrática do Congo

Tedros afirma que “a vacinação lenta não é uma estratégia eficaz para combater um vírus respiratório mortal." 

Ele alertou para os perigos do nacionalismo de vacinas, dizendo que o mundo testemunha uma “catástrofe moral”, com “um punhado de países ricos, que compraram a maior parte do suprimento de seringas, vacinando grupos de menor risco." 

Tedros lembrou uma série de novos anúncios de países sobre o compartilhamento de vacinas com a Covax. Depois, foram anunciados dois novos acordos de transferência de tecnologia e conhecimento entre fabricantes internacionais para aumentar a produção. 

Por fim, líderes globais, incluindo mais recentemente o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, pediram a remoção rápida que todas as barreiras comerciais.  

Índia 

A situação na Índia continua sendo extremamente preocupante, com grande número de casos em vários estados, hospitalizações e mortes. A OMS enviou milhares de concentradores de oxigênio, tendas para hospital de campanha, máscaras e outros suprimentos médicos.  

Nepal, Sri Lanka, Vietnã, Camboja, Tailândia e Egito também estão enfrentando picos de casos e hospitalizações. 

Alguns países nas Américas, que teve 40% de todas as mortes globais na semana passada, ainda têm um alto número de casos.  

Tedros afirmou que a Covid-19 já causou mais de 3,3 milhões de mortos e o mundo está “a caminho para que o segundo ano da pandemia seja muito mais letal que o primeiro.” 

Esforços 

Também esta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, anunciou que está intensificando as doações e a cooperação técnica com os países da América Latina e do Caribe.  

A diretora-geral da agência, Carissa F. Etienne, disse que “o aumento nas hospitalizações na região está desencadeando um desafio sem precedentes nos suprimentos de oxigênio.” 

OMS afirma que os níveis da Covid-19 permanecem altos em território indiano
Unicef/Amarjeet Singh
OMS afirma que os níveis da Covid-19 permanecem altos em território indiano

A Opas apoia os países a aumentar a produção de oxigênio e a doar suprimentos essenciais, incluindo 7 mil oxímetros de pulso e quase 2 mil compressores de oxigênio. 

Capacidade 

O braço regional da OMS também ajudou a implantar 26 equipes médicas de emergência em 23 países. Etienne informou que, além disso, “cerca de 400 equipes médicas de emergência e locais de atenção médica alternativos foram estabelecidas, ajudando os países a expandir a capacidade com 14 mil novos leitos hospitalares e mais 1,5 mil leitos de terapia intensiva.” 

Considerando a propagação da doença, a Opas espera que mais 20 mil médicos e mais de 30 mil enfermeiras e enfermeiros sejam necessários para responder às demandas de UTI em metade dos países da América Latina e do Caribe.