Guterres diz que “violência sexual em zonas de conflito é ameaça à segurança coletiva”
Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflito marcado esta quarta-feira; ONU organiza um painel de discussão com o tema "A Importância de uma Abordagem Centrada no Sobrevivente".
O secretário-geral da ONU afirmou esta quarta-feira que “a violência sexual em zonas de conflito é uma ameaça a nossa segurança coletiva e uma mancha para a humanidade.”
Em mensagem sobre o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflito, marcado neste 19 de junho, António Guterres disse que esse tipo de violência é usado "como tática de guerra, para aterrorizar as pessoas e desestabilizar as sociedades.”
Efeitos
Segundo o chefe da ONU, “os seus efeitos podem ser sentidos através de gerações pelo trauma, pelo estigma, pela pobreza, pelos problemas de saúde a longo prazo e pela gravidez indesejada.”
Guterres diz que é preciso “ouvir os sobreviventes e reconhecer as suas necessidades e exigências.” Segundo ele, “a maioria das vítimas são mulheres e meninas, mas também homens e meninos, que pedem ajuda para ter acesso a serviços de saúde vitais, à justiça e à indemnização.”
O secretário-geral também destaca as pessoas que trabalham nas linhas de frente, ajudando diretamente as vítimas a reconstruírem as suas vidas, e afirma que a resposta global deve “incluir uma ação mais coordenada para garantir a responsabilização dos autores e abordar a desigualdade de gênero que alimenta estas atrocidades.”
10 anos

Este ano marca o 10º aniversário do estabelecimento do mandato do representante especial do secretário-geral sobre Violência Sexual em Conflito.
Segundo a ONU, na última década, houve uma mudança de paradigma na compreensão desse flagelo. Apesar disso, “continua a ser essencial reconhecer e combater a desigualdade de gênero como causa principal e impulsionadora da violência sexual, em tempos de guerra e paz.”
As Nações Unidas defendem uma abordagem Centrada no Sobrevivente. Essa abordagem tem várias facetas, incluindo assistência médica e psicossocial, cuidados de saúde sexual e reprodutiva, apoio educacional, econômico e de subsistência, justiça para os sobreviventes e filhos e o fim da impunidade para os autores dos crimes.
Evento
Para marcar o dia, a ONU organiza um painel de discussão com o tema "A Importância de uma Abordagem Centrada no Sobrevivente".
A iniciativa acontece na sede da organização, em Nova Iorque, e deve ser uma oportunidade para compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas sobre a questão.
A discussão pretende também chamar a atenção para a necessidade de uma abordagem que ajude a aumentar a resiliência dos indivíduos afetados, minimizando o risco de trauma, ostracismo social, estigma e represálias.