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Unicef: vacinação atinge mais de 34 milhões de crianças no Oriente Médio e Norte da África   BR

Criança sorri recebendo vácina contra o sarampo e rubéola no Iêmen
Unicef/Mahmood Fadhel
Criança sorri recebendo vácina contra o sarampo e rubéola no Iêmen

Unicef: vacinação atinge mais de 34 milhões de crianças no Oriente Médio e Norte da África  

Saúde

Número foi alcançado mesmo com muitos desses menores vivendo em áreas de conflito e violência; Unicef destaca que desafios continuam apesar dos esforços na resposta. 

Campanhas de vacinação realizadas desde o início de 2019 alcançaram mais de 34 milhões de crianças em países afetados por conflitos e pela violência no Oriente Médio e no Norte da África.   

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, promoveu essas iniciativas em parceria com governos, ONU e organizações não-governamentais em nações como  o Iraque, a Jordânia, a Líbia e o Sudão.  

Enfermeira Gezile Maseko trabalha com vacinas no Centro de Saúde Shabasonje em Shibuyunji, na Zâmbia
Enfermeira Gezile Maseko trabalha com vacinas no Centro de Saúde Shabasonje em Shibuyunji, na Zâmbia, by Pnud/Slingshot

Importância  

De acordo com a agência, na Síria, por exemplo, 2,4 milhões de crianças com menos de cinco anos foram vacinadas contra a pólio.  

Este ano, o Iêmen realizou a primeira campanha nacional de vacinação contra o sarampo. A iniciativa envolveu quase 12 milhões de crianças com idades entre seis meses e 15 anos na imunização contra a doença e contra a rubéola.  

O Unicef destaca que as vacinas protegem as crianças contra doenças e morte e são essenciais para um início saudável da vida infantil. Porém, crianças que necessitam de imunização, especialmente em áreas em conflito, têm chances muito menores de ter acesso às vacinas. 

De acordo com o a agência da ONU, uma em cada cinco crianças no Oriente Médio e no Norte da África vive em áreas de conflito ou países afetados pela guerra. Crianças sem ou pouco acesso à imunização têm um risco muito maior de contrair doenças graves ou até mesmo morrer.  

Riscos 

O Unicef aponta que quando as crianças deixam de ser vacinadas, o risco de propagação de doenças aumenta para todos. Como resultado direto de conflitos, ocorre um retorno ameaçador de doenças que desapareceram há muito tempo da região como a poliomielite. 

Sempre que existe um surto de uma doença, todas as crianças precisam de vacinação e campanhas de resposta imediata são fundamentais para controlar a disseminação. 
Direito Básico  

Vacinas são preparadas para uso em Mbandaka.
Vacinas são preparadas para uso em Mbandaka. , by OMS/Oka

Para o diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e o Norte da África, Geert Cappelaere, “na medida em que a Semana Mundial da Imunização chega ao fim, é   lembrado que toda a criança tem direito à saúde”. Ele disse ainda que é “um imperativo moral proporcionar cuidados de saúde de boa qualidade aos menores para crescerem bem e saudáveis.”  

Cappelaere enfatiza que “o acesso aos cuidados de saúde é um direito básico, e certamente não é um privilégio.” 

Apesar dos esforços na resposta, o Unicef destaca que os desafios para a imunização de todas as crianças na região do Oriente Médio e Norte da África continuam. No Iraque, por exemplo, somente quatro entre 10 crianças receberam todas as vacinas recomentadas antes do primeiro ano de vida.  

Apelo 

A agência fez uma pelo por uma série de ações imediatas para que todas as crianças possam ter acesso às vacinas.  

O Unicef pede que todas as partes envolvidas ou com influência nos conflitos continuem a fazer tudo o que for possível para facilitar a entrega das vacinas e garantir que a imunização através de sistemas de rotinas e campanhas sejam uma prioridade nacional em todos os países.  

Entre várias outras recomendações, o Unicef também destaca que em situações de guerra, todas as partes envolvidas nos conflitos devem fornecer acesso humanitário incondicional e sustentável. O objetivo é que todas as crianças sejam vacinadas, onde quer que estejam e independentemente de quem controla a área onde vivem.