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Portugal vê participação conjunta da Cplp em missões de paz e emergências  

Patrulha de militares portugueses na missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca.
Minusca
Patrulha de militares portugueses na missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca.

Portugal vê participação conjunta da Cplp em missões de paz e emergências  

Assuntos da ONU

Proposta foi anunciada pelo ministro da Defesa João Cravinho, que participa em encontro da ONU em Nova Iorque; representante menciona exemplo do ciclone Idai em Moçambique para destacar necessidade de atuação na área da proteção civil. 

O ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, defende a participação conjunta de Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Cplp, em missões de manutenção de paz das Nações Unidas.  

Cravinho está em Nova Iorque para participar de um encontro ministerial sobre missões de manutenção de paz, que acontece esta sexta-feira na sede da organização.  

Ministro da Defesa de Portugal, João Cravinho
Ministro da Defesa de Portugal, João Cravinho, by ONU News

Objetivos  

Em entrevista à ONU News, o representante disse que já apresentou a proposta aos outros ministros da Defesa da Cplp.  

“Nós, os países da Cplp, temos experiências diferentes mas, em praticamente todos os casos, experiências bastante intensas com as Nações Unidas, seja como países que fornecem forças militares para missões de manutenção de paz seja como países que tiveram operações de paz nos seus territórios e, em alguns casos, os dois. Portanto,  eu fiz uma proposta aos meus colegas para desenvolvermos um processo de formação conjunta, para ver se podemos desenvolver uma capacidade de promoção de contingentes comuns ou combinados.” 

Exemplos

O ministro disse que as missões escolhidas deveriam todas ter um mandato do Conselho de Segurança, para garantir que é um projeto no qual todos os países se reveem.  

Cravinho disse que não seria possível a participação dos 9 países, mas sim de um pequeno grupo. O representante deu, como exemplo, os casos da República Centro-Africana, Colômbia e Mali, onde várias forças lusófonas já estiveram, ou ainda estão, presentes. 

O ministro disse que a intenção é reunir “o conhecimento que cada um foi gerando” para “fazer da Cplp uma instituição que também ajuda a promover, a exportar, a segurança internacional.” 

Conselho de Segurança emitiu nota condenando o crime e a incitação à violência contra a missão de paz. 
Soldados de paz na Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, by ONU/Catianne Tijerina

Resposta a desastres 

O representante de Portugal disse que, em paralelo, devem ser criados mecanismos comuns de proteção civil. 

“Para que um país afetado, como foi agora Moçambique com o ciclone, possa simplesmente carregar num botão, dizer preciso disto, disto e disto, e nós, enquanto Cplp, tenhamos capacidade de coordenar e agir juntos, em vez de cada um agir da sua maneira da melhor forma que pode.” 

O ministro disse que isto é importante porque, devido as mudanças climáticas, “fenómenos como o ciclone Idai poderão ser cada vez mais frequentes” e nenhum dos  países  do bloco é imune a esse problema.