Unicef: 2,3 mil crianças da caravana precisam de ajuda humanitária no México BR

De acordo com agência da ONU, menores carecem de proteção, cuidados de saúde, nutrição, água potável e saneamento; pessoas viajando com caravanas, principalmente crianças, enfrentam riscos de exploração, violência e abuso.
Cerca de 2,3 mil crianças que chegaram com as caravanas ao México entre 19 e 22 de outubro precisam de ajuda humanitária para garantir sua proteção e bem-estar.
"The human rights and basic needs of all migrants must be respected, regardless of their migratory status." @OIMCentroAmer continues to assist those who have joined the migrant caravans across Central America: https://t.co/79BkNIEEbR pic.twitter.com/d9SeRCyKMl
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De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estas crianças incluem aquelas que continuam viajando com os migrantes e também as que já deixaram os grupos e estão alojadas em comunidades e acampamentos.
A violência de gangues e de gênero, a extorsão, a pobreza e o acesso limitado à educação e serviços sociais leva inúmeras famílias a deixarem suas casas e países na América Central em busca de segurança e um futuro com mais esperança.
Segundo o Unicef, estas condições fazem parte da vida diária de milhões de crianças em países como El Salvador, Guatemala e Honduras.
Os grupos de migrantes que se juntaram a esse movimento estão percorrendo uma longa jornada em direção ao norte tentando chegar até à fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Unicef indica ainda que integrantes de diferentes caravanas enfrentam perigos consideráveis na viagem por rotas irregulares de migração, principalmente as crianças. É uma rota longa e incerta, com riscos de exploração, violência e abusos.
Em parceria com organizações da sociedade civil e autoridades locais, o Unicef colocou instalações de água potável em áreas onde os membros das caravanas passam a noite e está distribuindo produtos de higiene.
A agência continua a defender a implementação de alternativas à detenção de crianças migrantes e trabalha para fortalecer os sistemas de proteção consular para crianças desalojadas.
A Organização Internacional para a Migração, OIM, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, fornecem apoio e assistência aos migrantes que se juntaram às caravanas, optaram por pedir asilo no México ou decidiram retornar aos países de origem.
O diretor de missão da OIM no México, Christopher Gascom, disse que a agência “mantém a posição de que os direitos humanos e necessidades básicas de todos os migrantes devem ser respeitados, independente do status de migração deles.”
A agência informou que uma segunda caravana com 1,8 mil migrantes da América Central deu entrada no México no dia 29 de outubro e pretende seguir viagem . O grupo tinha começado a regularizar a permanência no país, mas depois decidiu continuar a jornada em direção norte, sem pedir asilo.
Para o diretor regional da OIM para a América Central, América do Norte e o Caribe, Marcelo Pisani, “o fenômeno das caravanas na América Central é uma outra expressão no processo de migração que a região está enfrentando por algum tempo”.
Para Pisani, este “é um fluxo migratório misto impulsionado por fatores econômicos, reunificação de famílias, violência e a busca pela proteção internacional, entre outros.”