“Unidos contra o ódio”: chefe da ONU e líderes religiosos honram vítimas de ataque em sinagoga
Cerimónia aconteceu em sinagoga de Nova Iorque e reuniu mais de 200 chefes religiosos, diplomatas e representantes; tiroteio deixou 11 pessoas mortas e seis feridas no sábado.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participou esta quarta-feira em uma homenagem inter-religiosa na Sinagoga Park East, em Nova Iorque, para homenagear as vítimas do tiroteio do último sábado.
O ataque na Sinagoga Árvore da Vida, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, aconteceu durante as comemorações do Shabat, matando 11 pessoas e ferindo outras seis.
Cerimónia
![Grupo de crianças participou na cerimónia. Grupo de crianças participou na cerimónia.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/assets/2018/10/31-10-2018-Interfaith-NICA784811.jpg/image560x340cropped.jpg)
Mais de 200 pessoas reuniram-se na sinagoga, incluindo líderes locais de diferentes religiões, diplomatas e outros convidados. No seu discurso, Guterres descreveu o ataque como um "ato horrível".
O chefe da ONU disse que, desde que assumiu o cargo, tem levantado a voz contra o que acredita ser “a ascensão do anti-semitismo em muitas das nossas sociedades”, sobretudo na Europa, mas também na América do Norte.
Guterres destacou outras formas de ódio anti-religioso, inclusive contra muçulmanos e cristãos, e afirmou que o anti-semitismo é a "forma mais antiga e permanente de ódio" na "história da humanidade".
Investimento
O secretário-geral pediu um “forte investimento na coesão social das sociedades”.
Segundo ele, os líderes de organizações internacionais, partidos políticos, religiões e sociedade civil têm a responsabilidade de “abordar as causas que minam” a coesão mundial e “criam condições para que as formas de ódio se tornem cada vez mais frequentes e mais negativas.”
Refugiados
Guterres, que liderou durante uma década a Agência de Refugiados da ONU, Acnur, lembrou que trabalhou em estreita colaboração com a Sociedade de Ajuda ao Imigrante Hebreus, Hias, na sigla em inglês, e que tinha um tremendo respeito pelo seu trabalho.
Segundo agências de notícias, o apoio da Congregação da Árvore da Vida a esta sociedade foi um dos fatores que levou o atirador anti-semita a atacar a sinagoga.
![Cerca de 200 líderes religiosos, diplomatas e outros representantes participaram no evento "Unidos contra o ódio". Cerca de 200 líderes religiosos, diplomatas e outros representantes participaram no evento "Unidos contra o ódio".](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/assets/2018/10/31-10-2018-Interfaith-NICA784812.jpg/image560x340cropped.jpg)
Guterres disse que a Hias é "uma verdadeira expressão do humanitarismo, mas também do humanismo e da solidariedade." Para ele, o suposto autor do atentado decidiu atacar uma organização que "é o símbolo de tudo” o que ele “considera bom no mundo".
Líderes
A cerimónia, intitulada “Unidos contra o ódio”, foi aberta com uma versão da música “Ose Shalom”, que significa “faça as pazes” em hebraico, cantada pelo coro de crianças da Escola Park East Day.
O rabino chefe da sinagoga, Arthur Schneier, um sobrevivente do Holocausto cuja família foi morta no campo de concentração de Auschwitz, abriu a cerimónia.
No seu discurso, Schneier afirmou já ter passado “pelo pior”. Ele disse que viu o melhor do homem e o pior, e que “o melhor do homem prevalecerá.”
O presidente do Centro Cultural Islâmico da América do Norte, o sheik Musa Drammeh, disse que “é hora de esta nação estar à altura do momento e tornar a sua união, uma união mais perfeita proibindo o ódio”.
Também estiveram presentes o arcebispo de Nova Iorque, cardeal Timothy Dolano, o primaz da Arquidiocese Ortodoxa Grega da América, arcebispo Demétrio e o observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, arcebispo Auza.