Um ano após reassentamentos em Angola, ONU destaca esperança de refugiados da RD Congo

Um quinto de crianças congolesas já aprende português; refugiados deixaram áreas de origem para Angola por causa da violência e das tensões étnicas em Kassai.
O coordenador da ONU em Angola, Paolo Balladelli, destacou a esperança de mais de 25 mil refugiados congoleses em visita à província de Lunda Norte, um ano depois do início do reassentamento deles em novos centros de acolhimento.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, e parceiros transferiram os residentes de áreas superlotadas em agosto passado, para o acampamento situado a cerca de 100 km da fronteira com a República Democrática do Congo, RD Congo.
Falando à ONU News, de Luanda, o chefe da ONU em Angola disse que cerca de 4,7 mil crianças congolesas estão matriculadas num sistema de educação informal local e até já falam o idioma oficial.
“Fomos encontrar as crianças que recebem formação em português e também sobre o conteúdo de normas e da sociedade angolana. Foi muito bonito ver as crianças felizes e a receber esta delegação. Mas também há notas negativas. Isso tem que motivar a comunidade internacional e aos países amigos para responder o apelo do Acnur e agências da ONU para que possam realizar uma assistência que permita dar uma vida condigna aos refugiados congoleses. ”
O número corresponde a um quinto do total da população refugiada que desde março do ano passado deixou o seu país por causa da violência e das tensões étnicas na área congolesa de Kassai para o norte de Angola.
Balladelli acompanhou como atua a parceria entre entidades locais e o Programa Mundial de Alimentação, PMA, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, e a Organização Internacional para Migração, OIM.
Durante a presença na Lunda Norte, foram abordadas com os parceiros as oportunidades que os congoleses têm de retornarem às áreas de origem “quando melhorar a situação na região de Kassai, o impacto da destruição de aldeias e os receios de retaliação”.
Para garantir que milhares de congoleses tenham acesso a apoio essencial, a ONU e as agências humanitárias parceiras pediram US$ 65,5 milhões à comunidade internacional até ao fim do ano.
Em 2017, o governo angolano doou 33 km2 de terra para melhorar as condições de vida no novo acampamento de refugiados. Os beneficiários receberam parcelas de terra e instrumentos para construir abrigos e produzir alimentos.