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Malta elogiada por acolher barco com 141 migrantes no Mediterrâneo BR

Alto comissário da ONU Filippo Grandi com sul-sudaneses. © UNHCR/Michele Sibiloni

Malta elogiada por acolher barco com 141 migrantes no Mediterrâneo

Assuntos da ONU

Chefe do Acnur considera “errado, perigoso e imoral” manter navios de resgate sem destino; Aquarius esperava autorização para entrar num porto seguro desde sexta-feira; site do governo de Portugal diz que país está disponível para receber 30 migrantes.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, elogiou o Governo de Malta por autorizar o desembarque de 141 migrantes resgatados pelo barco Aquarius no Mediterrâneo Central.

A embarcação passou três dias no mar esperando autorização para entrar em porto seguro, segundo agências de notícias. A passagem foi finalmente autorizada na noite de terça-feira, em Malta.

Passageiros

O Acnur saudou os países europeus, que se ofereceram para fazer a transferência de passageiros, após o desembarque. Em sua página na internet, o Governo de Portugal informou que está disponível para receber 30 migrantes do grupo.

A agência destaca que essas medidas demonstram os benefícios da cooperação para lidar com o tema. Mas ressalta que a situação do Aquarius e, em particular, o impasse dos últimos dias mostrou que um arranjo regional no Mediterrâneo é necessário. E um passo essencial para evitar situações semelhantes.

O chefe do Acnur, Filippo Grandi, disse que é “errado, perigoso e imoral manter navios de resgate vagando pelo Mediterrâneo enquanto os governos discutem sobre quem deve ter a menor responsabilidade. ”

Migrantes a bordo de um navio de resgate belga.
Frontex/Francesco Malavolta
Migrantes a bordo de um navio de resgate belga.

 

Ele destacou que o Acnur busca uma saída regional para lidar com o resgate e desembarque. Em finais de junho, o Acnur apresentou propostas à Organização Internacional para Migração, OIM.

Grandi disse que é preciso “romper com urgência com a corrente de impasses e abordagens ad-hoc de barco a barco”, sobre onde desembarcar com os passageiros resgatados.

Comandantes

Para o chefe da agência da ONU, é preciso ter clareza na segurança para que os comandantes de navios possam responder os pedidos de socorro sabendo que os passageiros terão um porto seguro para o desembarque ao chegar em terra.

O apelo aos comandantes é para continuarem com os resgates no mar evitando que mais vidas sejam perdidas.

A agência lembra que mais de 1,5 mil pessoas se afogaram ou desapareceram no Mediterrâneo somente este ano.