ONU profundamente preocupada com decisão dos EUA de se retirar de acordo sobre Irã

Secretário-geral da organização, António Guterres, emitiu nota, nesta terça-feira, momentos após anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que seu país revogava participação em acordo nuclear.
As Nações Unidas demonstraram profunda preocupação com o anúncio dos Estados Unidos de se retirar do Plano de Ação Conjunto e Abrangente sobre o programa nuclear do Irã.
Em nota, emitida pelo seu porta-voz, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que havia reiterado, de forma consistente, que o acordo representa uma grande realização nos esforços de não-proliferação nuclear assim como na diplomacia.
Para Guterres, o plano também tem contribuído para a paz e a segurança regionais e internacionais.
O chefe das Nações Unidas afirma que é fundamental que todas as preocupações sobre a implementação do Plano de Ação sejam expressadas através do próprio mecanismo criado pelo Plano. Para ele, quaisquer temas não relacionados diretamente ao acordo devem ser tratados sem prejuízo à preservação do documento.
Guterres encerrou a nota pedindo aos participantes que respeitem, inteiramente, os compromissos assumidos no documento e solicitou a todos os países-membros que respeitem o acordo.
I am deeply concerned by today’s announcement that the US will be withdrawing from the JCPOA & will begin reinstating US sanctions, says @antonioguterres. Full text here: https://t.co/LqC2WFJfAC
UN_Spokesperson
Segundo agências de notícias, o presidente Trump afirmou que seu país deve voltar a impor sanções sobre o Irã.
Em março, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Yukiya Amano, fez um balanço sobre o acordo nuclear firmado em 2015 entre Irã e o Grupo 5+1, formado por Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.
Pela iniciativa, cerca de 2 mil equipamentos e materiais nucleares foram completamente selados pelos funcionários da agência da ONU, que visitaram mais de 190 edifícios no Irã desde a implementação do acordo nuclear.
Naquela época, ele ressaltou que se o pacto nuclear “falhar, será uma grande perda para a verificação nuclear e para o multilateralismo”.
Apresentação: Daniela Gross