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Conferência global discute o papel da água para a prosperidade global

Até 2050, 25% das populações viverão em países com falta de água.
MMO/Luke Romick
Até 2050, 25% das populações viverão em países com falta de água.

Conferência global discute o papel da água para a prosperidade global

Desenvolvimento econômico

Encontro, de três dias, serve para partilhar melhores práticas de gestão de recursos hídricos; cheias já custam cerca de US$ 120 bilhões de dólares por ano; até 2050, 25% das população viverão em países com falta d’água.

Começou esta segunda-feira, em Genebra, a Conferência Global para a Prosperidade através dos Serviços Hídricos. O encontro vai focar-se na necessidade urgente de melhorar a gestão da água, num momento em que aumentam problemas causados pela poluição e mudanças climáticas.

Até 2050, estima-se que uma em cada quatro pessoas irá viver num país com falta recorrente ou crónica de água. Neste momento, as cheias já custam cerca de 120 bilhões de dólares por ano.

Problemas

A vice-diretora geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, Maria Helena Semedo, foi uma das participantes no primeiro dia.

Falando em inglês, Semedo disse que já todos conhecem os desafios, porque estão nas notícias. Segundo ela, “são as cheias que tiram a vida de pessoas, as secas que duram vários anos em alguns países, ou problemas relacionados com alterações climáticas.”

Para Semedo, a pergunta que tem de ser respondida é como lidar com esses problemas. Ela afirma que “os países estão preocupados com a partilha de recursos e em garantir que existe água de qualidade, e em quantidade, para as populações e atividades económicas.”

 

Veja neste vídeo, em inglês, uma explicação sobre os desafios relacionados com a água. 

WMO HydroHub - Global Hydrometry Support Facility (with Subtitles)

Mudanças

Maria Helena Semedo defende que já existem sistemas e instituições para lidar com estas questões, mas que é preciso perceber quais são as direções da mudança.

A vice-diretora geral acredita que uma das mudanças será na forma como se lida com cheias e secas. Segundo ela, estas duas realidades “vão progressivamente ser colocadas no mesmo espaço, geridas em conjunto nos conceitos, sistemas e modelos.”  

Maria Helena Semedo também defende uma melhor transferência dos conhecimentos globais para as realidades locais. Segundo ela, isso “é uma grande preocupação.”

Ela diz que “existem todas estas orientações, todas estas práticas, mas depois existe aquilo que se pode fazer no terreno, enquanto dirigente local ou chefe de uma reserva.”

Seca ocorrida em 1981 em Moçambique foi o sétimo desastre natural mais fatal do mundo com 100 mil mortes
Unicef/Mukwazhi
Seca ocorrida em 1981 em Moçambique foi o sétimo desastre natural mais fatal do mundo com 100 mil mortes

No encontro de alto-nível, na quarta feira, participam vários representantes da ONU, como o presidente da Organização Mundial de Meteorologia, OMM, David Grimes, o presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, Gilbert Houngbo, ou o presidente do Painel Mundial de Alto Nível sobre a Água e a Paz, Danilo Türk.

O encontro termina na quarta-feira, 9 de maio.

 

Apresentação: Alexandre Soares