Vice-secretária-geral diz que região do Sahel serve de teste às reformas da ONU
Declaração ocorreu durante visita oficial à Mauritânia, onde Amina Mohammed discutiu problemas e soluções da região africana, e o novo plano da ONU para o desenvolvimento; juventude é prioridade para ONU.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, acredita que a situação na região do Sahel é um teste às reformas que as Nações Unidas estão a realizar. Segundo ela, “estas reformas têm o objetivo de evitar e resolver crises complexas e multidimensionais”, como as que existem na região.
Amina Mohammed fez a declaração em Nouakchott, na Mauritânia, durante um encontro estratégico sobre estes países do continente africano, que começou esta quarta-feira.
Desafios
A região do Sahel inclui partes de 10 países africanos, como Burkina Fasso, Chade, Eritreia, Gâmbia, o país de língua portuguesa Guiné-Bissau, Mauritânia, Mali, Níger, Senegal e Sudão. Mohammed sublinhou que “um dos maiores desafios é a multiplicidade de atores e iniciativas, muitas vezes não caminhando na mesma direção.”
Ela acredita que “para acabar com a violência, conflito e terrorismo, é preciso resolver as causas de raiz incluindo uma falta de acesso aos direitos básicos.”
A vice-chefe da ONU defendeu que “as respostas militares e de segurança mostraram uma vez e outra os seus limites.” Ela acredita que “já todos sabem que não é possível alcançar a paz sem desenvolvimento sustentável.”
Mohammed afirmou que “os governos do Sahel devem fortalecer as suas capacidades de absorver ajuda internacional, fornecer serviços básicos a todos, e proteger os seus territórios e fronteiras.”
Desenvolvimento
A vice-secretária-geral disse que esta situação não pode continuar. Segundo ela, foi por isso que a ONU reformou a Estratégia Integrada das Nações Unidas para o Sahel, destacando cinco novas áreas de ação. A juventude será considerada uma prioridade global.
Segundo ela, esta iniciativa “vai incentivar investimento e contribuir para a mobilização dos recursos necessários para os 10 países da região.”
Mohammed afirmou que a ONU percebeu que tem de investir mais na região. A organização teve gastos combinados de US$ 2,7 bilhões em todos estes países, um valor muito abaixo dos 4,5 bilhões gastos apenas no Sudão e Sudão do Sul, por exemplo.
A nova Estratégia Integrada das Nações Unidas para o Sahel foi lançada este ano e termina em 2022.
Apresentação: Alexandre Soares