Seca causa enorme perda de gado na Somália
FAO destaca que em algumas áreas, até 60% dos animais morreram; situação deve piorar a segurança alimentar no país, especialmente nas zonas norte e central; necessário apoio urgente aos pastores.
Uma enorme perda de gado na Somália devido à seca está causando danos severos às vidas dos pastores do país. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, destaca que em algumas áreas, até 60% dos animais morreram.
A situação piora a segurança alimentar do país, especialmente nas zonas norte e central. A previsão do tempo aponta para chuvas abaixo da média entre abril e junho e por isso, a FAO afirma ser necessário apoiar os pastores com urgência.
Resiliência
A representante da FAO na Somália, Daniele Donati, explica que o país é tradicionalmente uma economia agro-pastoral. Grandes perdas de gado afetaram de forma severa a economia e as pessoas.
Segundo ela, “é crucial continuar o apoio às famílias de criadores de gado, para que possam construir resiliência a choques climáticos, fornecendo assistência veterinária e de alimentação aos animais”.
A morte do gado contribuíu para o aumento das pessoas sofrendo de insegurança alimentar severa, que agora chega a 1,8 milhão – quase 30% da população nas áreas do norte e central.
Impactos
No geral, a Somália teve uma certa melhora na segurança alimentar no início deste ano. Em todo o país, houve queda de 15% no total de somalis sem ter comida suficiente, mas o nível continua 170% acima dos níveis pré-crise.
Com a perda do gado, os estoques nos mercados foram reduzidos e com isso, o preço da carne e de produtos como o leite aumentou. A FAO acredita que isso vai afetar de forma severa a economia somali, onde o setor de criação de gado representa 40% do Produto Interno Bruto. Além disso, 65% da população está ligada a atividades de criação de gado.
Para responder à crise deste ano, a FAO precisa de US$ 236 milhões, para atender a 2,7 milhões de pessoas das áreas rurais. No ano passado, a agência conseguiu tratar mais de 38 milhões de animais (fornecendo tratamento para doenças, parasitas e vacinas), além de garantir alimentação suplementar para 900 mil animais.