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Agências da ONU querem que partes de conflito sírio abram acesso a civis

Rua no leste de Gouta, na Síria
Foto: Unicef/Amer Al Shami
Rua no leste de Gouta, na Síria

Agências da ONU querem que partes de conflito sírio abram acesso a civis

Assuntos da ONU

OMS pede proteção a instalações, trabalhadores e infraestruturas após aumento de ataques; PMA destaca que mais de 4 milhões de pessoas estão em risco de insegurança alimentar, número dobrou em um ano.

Após sete anos de conflito na Síria, agências das Nações Unidas pediram esta quarta-feira que as partes envolvidas permitam um acesso imediato às populações sitiadas.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, voltou a apelar sobre a proteção dos recursos de saúde. Somente em janeiro e fevereiro, ocorreram 67 ataques a instalações, trabalhadores e infraestrutura do setor.

Pobreza

Os dois primeiros meses de 2018 registaram metade dos ataques verificados no ano passado. Cerca de 2,9 milhões de sírios vivem em locais difíceis de alcançar e sitiados, onde a OMS presta ajuda a alguns sem acesso consistente.

Para ilustrar as dificuldades no país, o Programa Mundial de Alimentação, PMA, disse que o pão na Síria custa oito vezes mais caro do que antes do conflito. A agência revela ainda que sete em cada 10 sírios vivem em extrema pobreza.

Apelos à paz

O comunicado destaca ainda que desde que o conflito começou, os preços dos alimentos subiram a níveis insustentáveis para muitos cidadãos. O PMA disse juntar a sua voz aos apelos à paz.

A meta da agência é distribuir alimentos e outros bens essenciais aos precisam no país onde mais de um terço da população vive como deslocada. A agência alerta ainda que essa situação persistente leva a níveis alarmantes de fome e necessidade.

Relação

Estima-se que 6,5 milhões de pessoas enfrentem insegurança alimentar e outros 4 milhões correm o risco de viver nessa situação. Trata-se do dobro em relação a um ano.

A agência destaca que o sofrimento durante o período do conflito é intolerável para milhões de pessoas. Em muitas partes do país, a violência atingiu níveis insustentáveis e ainda não existe uma solução política à vista.

Todos os dias, famílias sofrem ataques aéreos e enfrentam um pesadelo sem fim aparente sendo perdidas mais vidas inocentes.

Perigo

Para o representante do PMA na Síria, cada dia que passa sem uma solução para a crise frustram-se as expectativas do povo. Para Jakob Kern, a prioridade deve ser o fim do conflito e que a história nos vai fazer prestar contas.

Há vislumbres de esperança e histórias de resiliência humana ocorrendo ao mesmo tempo que combates em áreas como Ghouta Oriental, na área rural de Damasco, em Daraa no sul e em Idlib e Afrin no norte onde os “civis carregam o fardo mais pesado”.

Apresentação: Eleutério Guevane.